A gênese de Sebastião Salgado

Depois de passar oito anos percorrendo os pontos mais isolados do planeta, o mineiro Sebastião Salgado, 69 anos, está pronto para mostrar, na totalidade, os resultados do seu ambicioso projeto Genesis. Na próxima semana, no Museu de História Natural de Londres, ocorre a primeira exposição fotográfica do projeto, com cerca de 250 fotos. A mesma será mostrada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro a partir do dia 28 de maio. Antes, no 15/04, será o lançamento do livro Genesis (Taschen, 520 págs., R$ 169,90), o primeiro de dois previstos. O projeto ainda conta com um documentário, A Sombra e a Luz, dirigido pelo cineasta alemão Win Wenders (Asas do Desejo), com colaboração do filho do fotógrafo, Juliano Salgado.

Em Genesis, Sebastião Salgado visitou as regiões mais afastadas do contato com o homem civilizado. Conviveu com tribos de costumes ancestrais e viu paisagens que poucos tiveram a oportunidade de conhecer. Terão agora, a partir das imagens impecáveis desse fotógrafo que ostenta um status de quase mito. Suas fotografias em preto e branco são o ideal estético de boa parte dos mortais que já puseram as mãos numa câmera fotográfica.

Além das imagens em si, Genesis guarda outro atrativo. O projeto representa a adesão de Sebastião Salgado ao digital. Ao que parece, foi a nova tecnologia que permitiu a ele seguir com o trabalho, visto que já não suportava mais os transtornos com os aparelhos de raios-x dos aeroportos. Sebastião usou uma câmera 5D Mark III e aprovou com louvor os resultados: “A qualidade do digital é melhor do que a qualidade que tive em negativo de médio formato”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

Porém, ele afirma continuar fotografando do mesmo jeito que fazia com filme. Inclusive, editou suas fotos do projeto em folhas de contato, com lupa, pois se considera inapto a fazer a edição na tela do computador. Do mesmo modo, assume sua incapacidade em usar flashes: “Não sei utilizar luzes artificiais, então eu trabalho com a luz natural”.

Financiado, entre outros patrocinadores, pela companhia mineradora Vale, Genesis custou cerca de R$ 2,6 milhões por ano. Seu objetivo é provocar um debate mundial acerca da necessidade de se preservar o planeta. Ao longo do projeto, diversas reportagens foram publicadas em revistas internacionais, como Paris-Match, Rolling Stone, The Guardian e La Reppublica.

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3 Comentários

  1. Quando se fala em fotografia é quase impossível não falar de Sebastião Salgado, acredito que uma das maiores referencias mundial na atualidade. Digo com orgulho que iniciei no fantástico mundo da fotografia, deslumbrado com os trabalhos de Salgado quando ainda morava no Japão.

  2. Não consegui ver o video, vi uma mensagem que o video é privado, fiquei um tanto frustrado com o link já que estou cadastrado…