Gestantes: “Fotografa o meu barrigão!”
As calças não lhes servem mais. A cintura aumentou. A silhueta já não é a mesma. Mas ela está feliz como nunca esteve, pois espera um filho. Seu primeiro – ou o segundo. Uma gestação ansiada, cercada de expectativas, de cuidados. Entre todas as providências a serem tomadas nos próximos meses – consultas médicas, ultrassons e visitas a lojas de artigos para bebês – é necessário pensar nas fotos, no ensaio que irá guardar esse período mágico, cujo protagonista principal é uma barriga protuberante.
O roteiro acima resume a realidade que movimenta o mercado de fotografia de gestantes, segmento que não vislumbra nuvens carregadas em seu horizonte. Bem pelo contrário: o fotógrafo de família está valorizado como nunca, a procura é generosa e há uma boa produção a referenciar novos aspirantes. “Acredito que o mercado está bem aberto, a exigência por qualidade aumentou e sempre tem espaço e oportunidade para bons profissionais”, confirma Renata Campanelli Moreira, 33 anos, que atua na região de Bebedouro e Ribeirão Preto, em São Paulo.
Formada em publicidade e marketing e também em jornalismo, Renata viveu um tempo na Austrália e estabeleceu contato com os profissionais de lá, produzindo também fotografias em viagens pela Nova Zelândia e África. “Em 2008 retornei ao Brasil e investi em trabalhos artísticos, onde a fotografia foi um meio de conseguir expressar o ‘clamor’ de minha alma. Possuo um portfolio bem variado, desde projetos sociais com crianças carentes, fotos empresariais, eventos em geral, portrait, sensual, casamentos, crianças e atualmente, em especial, uma grande procura por gestantes”, apresenta-se a paulista.
Renata fez seus primeiros trabalhos com gestantes há dez anos, fotografando amigas e primas. Atualmente, são as noivas que ela fotografou as suas clientes. “É fácil criar um vínculo quando o cliente fica satisfeito com o que já oferecemos”, acredita. Os ensaios ocorrem na residência das futuras mamães, às vezes em alguma outra locação. A duração média é de 4 horas, incluindo as pausas para descanso e risadas.
Ela lembra que há cuidados a serem tomados com relação a composições e ângulos, pois o corpo da gestante está sempre mudando. Também há fases mais adequadas para o ensaio, mas depende de cada mulher. Uma coisa é certa: deve-se evitar fotografar no final da gravidez, quando o inchaço e cansaço são evidentes.
O figurino e o clima dependem da proposta, ela continua. “Há situações que o nu artístico tem um resultado fantástico. Há clientes que gostam de algo mais inusitado, outras que curtem mostrar a sensualidade da mulher/mãe, outras optam pelo tradicional, outras o angelical e há também aquelas que simplesmente deixam acontecer e, durante o ensaio, vão provando roupas e brincando. Mas o mais importante é chegar a um resultado que agrade à cliente, deixando-a feliz, e que o fotógrafo sinta-se realizado pelo trabalho executado”, pondera.
Renata também procura se beneficiar ao máximo da iluminação natural. Mas recorre ao flash e à luz de preenchimento sempre que alguma ideia lhe ocorre. “Gosto de testar coisas novas e busco sempre conduzir a gestante de forma natural e descontraída. Trabalho de forma bem livre, sem cobranças e sem muitas regras. Deixo minha criatividade fluir, entro na sintonia com o momento e com a energia da cliente”.
Bianca Martinez, uma baiana de 36 anos, também começou a fotografar grávidas há uma década. Ex-modelo, sua história é curiosa: quando sua própria barriga de mãe cresceu, ela procurou alguém que a fotografasse e não encontrou (alguma mulher, pelo menos, já que pensou em posar nua). Quando a filhinha nasceu, seu interesse anterior por fotografia virou prática constante. Aí ela fez estágios e trabalhou bastante para se estabelecer no mercado (“Hoje somos referência em fotografia aqui em Salvador. Claro que existe sempre o profissional que queima preço, a cliente que quer pagar pouco, como em qualquer profissão”, constata).
O interessante é que sua estreia com uma mamãe em estúdio foi um desastre, na sua própria opinião. Mais tarde, a mesma cliente a procurou, novamente grávida. “Ela não se lembrava de mim e comentou que as primeiras fotos ficaram feias! Ela nunca soube que fui eu que a fotografei há 10 anos. Até hoje ela é minha cliente”, conta, divertida.
Bianca tem um pequeno estúdio que ela remodelou para trabalhar com luz natural e fazer boudoir (ensaios mais sensuais). Porém, sua preferência é pelas externas. “As gestantes me procuram pela diferença do trabalho, que foge daquelas fotos de sapatinho na barriga. Nada contra, já fiz muito, mas procuro retratar de forma mais fluida, sempre contendo um elemento ou locação que diga respeito ao casal. Quando a cliente pede sugestão, acabo indo para um jardim de costume. Como foco na gestante, não tem problema se a roupa for parecida ou se estamos na mesma locação”, diz, acrescentando que todo o trabalho é feito com lente 50mm 1.2, com ocasionais intervenções de uma lensbaby.
Natural de Londrina, mas vivendo em Curitiba (PR) desde muito cedo, Claudia Regina Santos Berg, de 23 anos, prefere lentes grandes-angulares (normalmente em 10mm), teleobjetiva 70-200mm e só eventualmente uma normal clara (1.8). Segundo ensina, é importante deixar de focar só na barriga e se concentrar no principal: a formação da família.
Uma das primeiras a fazer externas com gestantes em Curitiba, Claudia explica que suas clientes são as tímidas. “Por isso, no meu trabalho foco muito na fotografia espontânea, divertida e lúdica. É esse resultado que elas percebem no meu portfolio e esperam de mim. É claro que uma foto espontânea e divertida não é o objetivo de todos os clientes, e para gestantes que gostam de posar e gostariam de um ensaio em estúdio, por exemplo, outros fotógrafos fazem um ótimo trabalho”, recomenda.
Claudia também percebe que este é o momento da fotografia de família. “Assim como a de casamento teve seu boom alguns anos atrás, a fotografia de família está tendo seu boom agora. Muitos fotógrafos famosos de casamento estão indo para essa área por perceberem que ela está em voga. Conforme um país vai se desenvolvendo, mais atenção é dada a esses ‘luxos’, como fazer um ensaio de família só por fazer (sem nenhuma ocasião especial). O mercado é vasto, com muitos profissionais atendendo de todas as formas, qualidade e preços. Dá para cobrar o valor justo sem problemas, pois existem muitos clientes educados a entender o valor verdadeiro da fotografia”, analisa.
Gostaria de orçar um ensaio de gestante em area externa. Ja estou completando 7 meses e nao queria passar dessa epoca!
Atenciosamente Ticiana
Olá Ticiana, como vai? A melhor maneira de você obter essa informação é entrando em contato diretamente com os profissionais elencados na matéria (os links para suas páginas estão embutidos nos nomes) ou outros que você queira contatar, por meio de pesquisa na web. ATT,