Fotógrafo Bob Wolfenson sofre prejuízo de R$ 1 milhão por causa de chuvas
Na última segunda-feira, dia 10, São Paulo foi atingida por um grande temporal e fortes chuvas. E infelizmente, o estúdio do fotógrafo Bob Wolfenson, referência e ícone em fotografia de retratos, moda e ensaios de nu, foi devastado pelas invasão das águas com mais de um metro de altura. O estúdio de Bob fica no térreo de um prédio na Vila Leopoldina, zona Oeste de São Paulo, um dos mais bairros mais atingidos pela chuva.
Segundo Bob, o prejuízo financeiro estimado com a perda de equipamentos de luz, móveis, monitores especiais de computador e fundos infinitos chega a R$ 1 milhão. Isso sem contar um prejuízo incalculável das perdas do seu acervo de fotos. “A água atingiu 80% do meu acervo, que inclui fotos da década de 1970 até 2005, quando as imagens passaram a ser digitais. Há retratos, fotos de nus, comerciais. Mas, segundo os voluntários que me ajudam na recuperação do acervo, será possível salvar bastante coisa”, disse Bob em entrevista para a Folha de São Paulo.
Logo após a tragédia foi montada uma força-tarefa composta por voluntários, capitaneada por Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS (Instituto Moreira Salles), para tentar recuperar o acervo do fotógrafo. Eles estão usando técnicas de congelamento, para retardar a degradação das imagens, e de lavagem com água. “Ele (Sergio Burgi) viu uma publicação minha em uma rede social (veja fotos no fim da desta matéria) sobre a enchente e se ofereceu para tratar do meu acervo. Já na terça (dia seguinte ao alagamento), foram seis voluntários, e na quarta, quatro. Montamos uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de acervo”, contou o fotógrafo.
E não é a primeira vez que Bob sofre com os alagamentos em São Paulo. “Há 15 anos, em maio de 2005, meu estúdio também encheu após um temporal. Aconteceu cinco meses depois de eu ter mudado para lá. Acumulei muita coisa no espaço porque achei que nunca mais fosse acontecer uma enchente, e aí veio essa nova”, relembrou Bob.
Guerreiro como sempre, o fotógrafo não desanima. “Mexer, arrumar e tentar salvar as coisas dá alento e esperança. Parece papo de autoajuda, mas é verdade. Eu não estou com tempo para melodrama, preciso trabalhar para levantar o estúdio de novo, o que deve demorar uns 15 dias”.