Carolina Pessôa: dedicação aos books

A catarinense Carolina Pessôa, 26, ficou um ano “debaixo da asa” de Brasilio Wille. Até que um dia, o mestre decidiu: estava na hora da jovem de Jaraguá do Sul caminhar com as próprias pernas. E foi o que ela fez. Estabelecida na capital paranaense, Carolina atualmente se divide entre cumprir sua agenda de trabalho e as aulas de fotografia que ministra no Centro Europeu. Da parceria com o renomado fotógrafo, permanece a amizade e o reconhecimento: “Foi a maior e melhor escola que eu poderia ter”.

Carolina começou a traçar seu caminho na faculdade de publicidade e propaganda. A moça, que mora na capital paranaense desde os dois anos de idade, teve as primeiras aulas de Photoshop na academia e chegou à casa certa ocasião disposta a fazer experimentos. Tomou a irmã como modelo, com uma câmera simplesinha fez as fotos e tentou bancar o Doutor Frankenstein, implantando digitalmente o rosto da “cobaia” em outro corpo.

Calhou que ela descobriu que tinha jeito para a fotografia. Descartada a montagem, as fotos fizeram sucesso na sala de aula. Uma amiga encomendou um ensaio e as demais seguiram o exemplo: “Quando eu percebi, já havia feito o ensaio de quase todas as meninas da minha sala. Eu ia com minha máquina portátil básica, pequena, nada profissional, até a casa da pessoa, fazia a maquiagem e o cabelo e ainda o ensaio. Tudo isso por R$ 50. Sim, eu cobrava isso. Esse foi o meu início”.

Após isso vieram um curso de um ano numa escola de fotografia da cidade e a parceria com Brasilio Wille, que durou mais um ano e consolidou a formação da nova profissional da área. Carolina estabeleceu o Estúdio Pessôa, juntou um belo kit de equipamentos, que pode deslocar sempre que a necessidade exige, e ataca trabalhos publicitários, de beleza e books em geral. “Possuo uma equipe terceirizada, bem como maquiadores e produtores. Trabalho fixo com uma produtora e grande amiga há seis anos, a Leticia Kosinski. Outros dois produtores que adoro e com quem também trabalho são Luciana Andrioni e Renato Cézzar. Na parte de pós e edição, também temos uma equipe: o Pedro Sperandio e o Paulo Turossi”, informa.

De tudo o que ela faz, dá para resumir numa palavra: pessoas. “Dentro disso, vou para gestantes, ensaios de casais e ensaios femininos, que é o meu forte de vendas. Ensaios infantis eu realmente não tenho público, mas faço também. Não cubro eventos nem nada do gênero! O que estou trabalhando bastante atualmente e que está dando um retorno muito interessante são os ensaios sensuais. Uma área bastante ampla, mas que pode ser trabalhada de uma forma muito sutil e delicada, misteriosa, sem ser vulgar ou depreciativa”, explica.

Outra característica desses ensaios, segundo ela, é o uso de uma luz mais natural, suave, sem muitas sombras, volumes ou excessos – o que Carolina traduz no famoso “menos é mais”. Sua preferência é pela iluminação marcada, contrastada, que aplica sempre que a ocasião permite. Porém, receptiva aos sinais do mercado, tratou de adaptar seu estilo: “O que me preocupa é sempre estar atenta ao que está em alta, o que vende melhor, como posso trabalhar determinadas iluminações, ou seja, com a qualidade do meu trabalho”, destaca.

Esse cuidado não se restringe apenas ao “clique”, pois, embora saiba que sua fotografia protagoniza o processo, entende também que ela é parte de uma engrenagem que precisa funcionar bem para que tudo dê certo. Por isso, Carolina considera seu desempenho como parte de um conjunto. “Uma boa fotografia de um rosto/retrato, por exemplo, não é nada sem uma bela maquiagem, seja ela ‘nude’ ou um pouco mais marcante. Um belo retrato não é nada sem uma iluminação adequada, sem um enquadramento, unido a um contraste bem direcionado. Qualquer um desses fatores pode descaracterizar um trabalho ou até mesmo ‘destrui-lo’, por isso a importância desse conjunto. E ainda vou além: nesse conjunto precisa existir empatia, sinergia e conexão”, decreta a ex-aluna que agora também é professora.