“A fotografia atingiu a maioridade”, diz Sebastião Salgado

Homens da tribo Waurá, na região da Bacia do Xingu, uma das fotos da exposição “Genesis”, em cartaz no Rio de Janeiro

A popularização da fotografia não é um fenômeno novo. Cada vez mais pessoas vêm fotografando desde que a tecnologia digital ganhou impulso comercial, já em meados dos anos 1990, efeito turbinado pelo surgimento dos aparelhos celulares e aplicativos que também fotografam, já na década seguinte. Apesar disso, as consequências desse cenário ainda são motivo de questionamento e praticamente todo grande fotógrafo já teve que dar seu parecer a respeito. Um dos últimos a cumprir o protocolo foi Sebastião Salgado, cujo aposto “grande” costuma preceder qualquer menção a seu nome.

O fotógrafo esteve no Brasil para divulgar Genesis, sua primeira grande exposição em dez anos, em cartaz no Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro até 26 de agosto. A mostra reúne 245 imagens de santuários naturais localizados em lugares remotos do planeta e são parte de um projeto que consumiu oito anos de trabalho. Dia 4 de setembro, as fotos passarão ao Sesc Belenzinho, em São Paulo.

Em entrevista à revista Época, Sebastião Salgado, que fotografa com equipamento digital desde 2008, respondeu à inevitável pergunta em tom de otimismo. Segundo disse, não sabe o que é Instagram – rede de compartilhamento de imagens que é mania entre fotógrafos amadores e profissionais – mas que vê a democratização de modo positivo. “A fotografia nunca teve um lugar tão destacado na sociedade como tem hoje”, justificou o artista (que, aliás, também refutou esse adjetivo), acrescentando que, aos seus olhos, a fotografia está atingindo a maioridade agora. “Está mais importante do que há 20 anos. Isso pela quantidade. A qualidade nunca mudou”, disse.

 

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