5 dicas para conseguir retorno financeiro com a fotografia artística

Além da importância de desenvolver uma linguagem pessoal, um grande desafio para os fotógrafos que escolheram enveredar pela fotografia fine art é conseguir um retorno financeiro satisfatório. Pensando nessa questão, a fotógrafa e artista visual Danny Bittencourt apresenta 5 dicas de como construir estratégias que ajudem o diálogo entre a fotografia artística e a rentabilidade.

“Por base, não acredito muito em receitas de sucesso nem em caminhos certos ou errados, porém me proponho apresentar ideias que, quando articuladas na realidade de cada um podem colaborar para um pensamento mais aprofundado sobre o assunto.”

1. Não crie para o mercado, mas não deixe de olhar para ele

Por mais que a vontade de um retorno financeiro seja importante, o problema de criar exclusivamente para o mercado é que as obras acabam sendo direcionadas para um grande limbo onde mora senso comum. A estratégia é criar conforme as inquietações pessoais e depois olhar para o mercado e então direcionar o trabalho onde ele tem mais possibilidades de sobrevivência. Por exemplo, um trabalho que tenha uma harmonia plástica forte, pode ser direcionado para uma galeria ou venda direta para cliente, já um trabalho artístico de cunho social, circula melhor no meio dos editais e leis de incentivo.

Foto: Danny Bittencourt

2. Enxergue-se

Ser autônomo é o primeiro desafio de um artista. Por formação não aprendemos a funcionar nessa dinâmica, pois durante todo período escolar nós temos sempre alguém nos dizendo o que fazer e quando entregar. O problema é que essa estratégia não se encaixa na vida autônoma e por isso acabamos tendo que reaprender a funcionar sobre outras bases. Enxergar-se e perceber o que funciona melhor para si é muito importante para construir uma metodologia que faça sentido e que de fato funcione. Por exemplo, existem pessoas que são mais produtivas à noite e outras pela parte da manhã, respeite seu tempo.

3. Planeje seu caos

É preciso entender que o processo criativo e o fazer artístico são apenas um fragmento do que é ser artista. Além da parte de produção devemos ser também nosso próprio gestor, cuidar da parte financeira, marketing, vendas e ainda não deixar isso tudo sufocar a parte expressiva. Para tudo dar certo as engrenagens devem estar alinhadas e em harmonia. Planeje sua semana conforme suas demandas. Determine seus turnos e seja fiel a eles. Se algum amigo convidar para tomar um café durante esse turno estabelecido, a resposta é não. Para a organização de entrada financeira e de vendas, fazer planilhas ainda é o que mais funciona para mim. Para a organização do mês, uma agenda online ou física e para a organização do dia, estabelecer metas e listas para ir finalizando durante o turno determinado.

Foto: Danny Bittencourt

4. Aprenda a usar as ferramentas

Um dos principais alicerces para o trabalho do artista é a divulgação. É preciso mostrar o trabalho e isso faz parte da gestão. As redes sociais hoje são um caminho bem potente para essa visibilidade, mas é importante utilizar com certo planejamento e oferecer conteúdo que possa engajar o seguidor. Além disso também existe as divulgações por newsletter e email, também são importantes e geram interesse. Além de todo o marketing digital, eu acho importante o artista também estar disposto a fazer ações presencias complementares, por exemplo, exposições anuais, participação em exposições coletivas, conversas com o artista gratuitas, palestras, participação em feiras. É importante se movimentar.

5. Explore

Eu sou do time que acredita que não adianta nós reclamarmos do mercado de arte, nós temos que ser esse mercado. Por isso eu estou sempre buscando criar espaços onde o meu trabalho consiga se desenvolver com mais liberdade. Eu testo caminhos e ideias o tempo todo, algumas dão certo outras não, mas eu sempre aprendo. Pesquisar, estudar os caminhos do teu artista favorito, buscar alternativas para que o teu trabalho consiga viver sem ser sufocado pelos espaços que já estão disponíveis. Não estou dizendo que é fácil ou que esse caminho seja ameno, pelo contrário ele é angustiante e espinhoso. Mas ao mesmo tempo é vibrante e irreversível.

Foto: Danny Bittencourt

Danny Bittencourt é uma artista visual brasileira que circula entre a produção artística, a educação e a escrita. Graduada em Fotografia, especialista em Poéticas Visuais, mestre em Educação e professora na Escola de Fotografia Artística, em Porto Alegre, é autora do livro “Fotografia Fine Art”, da iPhoto Editora.

Para conhecer mais o trabalho da Danny, acesse seu site, Facebook ou Instagram.

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