Inscrições abertas para Convocatórias e Selfie em Foco do Paraty em Foco

Poucas expressões artísticas têm tanto a dizer em épocas de crises como a Fotografia. Por isso, a 17ª edição Paraty em Foco Festival Internacional de Fotografia (PEF) escolheu como tema a Fotografia Solidária. O objetivo é jogar um pouco de luz sobre a pandemia e mostrar como a arte pode ajudar a compreender e enfrentar o problema. Os interessados em participar podem se inscrever em três categorias: Ensaio, Foto Única ou Selfie em Foco (auto-retratos).

Foto: Nereu Jr.

Os 10 ganhadores das categorias Ensaio e Foto Única participam de uma exposição ao ar livre na Praça da Matriz, no Centro Histórico de Paraty. Os três primeiros colocados em cada uma delas serão convidados para o Festival com todas as despesas de estadia e alimentação na cidade da Costa Verde pagas, além de apresentarem seus trabalhos ao público nos “Encontros e Entrevistas”. A inscrição custa R$ 100 e não há limite para o número de inscrições.

Exposição Convocatória em Foco | Foto: Nereu Jr.

A Selfie em Foco selecionará 30 obras para participar do Festival em uma importante exposição a ser montada na quadra da Matriz. A inscrição também custa R$ 100 e dá direito ao envio de quatro fotos. Não há limite de inscrições. Todas as inscrições serão feitas exclusivamente pelo site do PEF, onde estão disponíveis os regulamentos. As fotos pré-selecionadas também serão divulgadas no site www.pefparatyemfoco.com.br e nas mídias sociais do Festival. Ambas as inscrições podem ser feitas pelo site do festival até o dia 8 de agosto. O Paraty em Foco 2021 acontece de 15 a 19 de setembro.

Thomaz Farkas será homenageado no Paraty em Foco 2021

Thomaz Farkas (1924-2011) é um dos grandes expoentes da fotografia moderna no Brasil. Nascido em Budapeste, residiu desde sua infância em São Paulo, onde em 1948 realizou sua primeira mostra individual, considerada também a primeira exposição de fotografia em museus do país. Em 1949 expôs no MOMA de Nova York, que adquiriu suas fotografias para o acervo permanente da instituição. Foi professor da Escola de Comunicações e Artes da USP por 20 anos e desde 1996 é presidente emérito do Conselho da Cinemateca Brasileira.

Foto: Thomaz Farkas

Nos anos 40, o trabalho de Farkas tem como foco principal a vertiginosa transformação da paisagem urbana de São Paulo. Em 1942, aos 18 anos, associa-se ao Foto Cine Clube Bandeirante, núcleo de debate e conceituação da atividade fotográfica. Afinados com as vanguardas européias e norte-americanas, seus integrantes buscavam uma estética específica, com novos enquadramentos e pontos de vista inusitados. Perseguindo os ideais de movimentos como o Straight Photography, as fotos de Farkas deste período resultam em abstrações geométricas que prenunciam o construtivismo que vigoraria na década seguinte.

Nos anos 50 inicia o estudo de movimentos e do desenho dos corpos em contra-luz com uma célebre seqüência de fotos de ballet. Já nos anos 60 e 70, Farkas volta seu interesse para o interior do país, especialmente o Nordeste, e torna-se diretor e produtor de cinema documentário. A Caravana Farkas abre espaço para uma geração de cineastas que começam então a revelar um Brasil desconhecido do eixo Rio – São Paulo. Em 1979 funda a Galeria Fotóptica, importante referência para todos os fotógrafos da época.

As fotografias reunidas nesta exposição integram o acervo de Thomaz Farkas, composto por mais de 34.000 imagens e que hoje encontra-se depositado no Instituto Moreira Salles através de convênio para guarda e preservação da obra do fotógrafo estabelecido em 2007.

São imagens emblemáticas deste período de intensa produção e criação fotográfica de Thomaz Farkas nas décadas de 40 e 50, período este basilar para a estruturação da estética moderna na fotografia brasileira e do qual Farkas é um de seus principais representantes.

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