Fotógrafa é a primeira iraniana a fazer a cobertura de uma Copa do Mundo
Desde 1981, mulheres são proibidas de frequentar estádios e ginásios em eventos esportivos no Irã. Até 1987, elas não podiam nem mesmo assistir às partidas pela televisão. A Copa do Mundo da Rússia tem sido marcada pelas participações inéditas das mulheres desse país.
Além das torcedoras iranianas, que puderam apoiar a seleção de seu país pela primeira vez, a fotógrafa Mona Hoobehfekr tornou-se a primeira mulher do Irã a trabalhar na cobertura de uma Copa do Mundo. Em entrevista ao site Globoesporte, ela contou como tem sido a experiência.
“No Irã, nenhuma mulher pode cobrir esportes masculinos. Nunca tive a chance de ir ao estádio torcer, mas sempre acompanhei pela televisão. Tem sido especial”
Apesar do pioneirismo de Mona, a tradição foi mantida e respeitada, através de um belo véu estampado que cobre seus cabelos durante a intensa jornada de trabalho na Rússia, provando que é possível ocupar espaços e garantir direitos sem desrespeitar a sua crença.
Infelizmente para Mona, o Irã não passou para a próxima fase da Copa, mas ela contou qual foi a sensação de ver de dentro do campo um gol de sua seleção pela primeira vez, na vitória do Irã sobre o Marrocos, durante a primeira rodada da fase de grupos da competição.
“Como foi a primeira vez que cobri um jogo, quando saiu o gol, fiquei emocionada e gritando por trás da câmera. Foi realmente um momento especial”
Ao longo dos últimos anos, as mulheres do Irã têm brigado pelo direito de entrar em estádios de futebol. Após a classificação para o Mundial de 1998, cerca de três mil torcedoras invadiram o local para vibrar com a equipe. Mona acredita que os direitos devem mudar.
“Espero que essa seja uma forma de abrir o caminho para outras colegas, mulheres, chegarem a cobrir uma Copa do Mundo. Eu sou otimista, acho que um dia as mulheres no Irã terão o direito de frequentarem estádios”
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