Fotógrafo capta “rio de luz” na serra catarinense

A Serra do Rio do Rastro, em Lauro Müller/SC, já foi eleita umas das estradas mais incríveis do mundo. E mais assustadora também, com suas curvas fechadas e penhascos a mais de 1.400 metros de altitude. Imagine então dirigir de noite: deve ser um pouco intimidante.

São muitos os motoristas corajosos que passam por lá diariamente, tanto turistas quanto pessoas que moram nos arredores. E de noite a estrada é bem iluminada para a segurança dos passantes. O fotógrafo Raphael Sombrio registrou este rio de luzes em uma noite na Serra do Rio do Rastro. “Fotografar os mais longínquos e belos recantos da serra catarinense, mais que um hobby ou um prazer é, para mim, um modo de vida”, disse o fotógrafo ao iPhoto Channel.

Mas como ele fez este clique? Raphael conta que foi uma tarefa que exige preparo físico, conhecimento do local a ser explorado e um bom planejamento, sempre. “A ideia em questão surgiu ao visualizar fotos antigas que eu havia executado em 1995, quando caminhei pela primeira vez na borda norte da serra, local da aonde se avista toda a estrada. Pensei então o quanto seria incrível fazer uma imagem da serra iluminada em sua extensão total – os doze quilômetros que são iluminados”, relata. A foto foi tirada no dia 29 de agosto de 2015, dia em que ocorreu o fenômeno da super lua, às 4h da madrugada.

O maior perigo, segundo Raphael Sombrio, foi o vento. “Como sempre, no momento de clicar tudo é diferente do que era esperado, o lugar restrito pelo perigo e a complexidade do fazer a foto em si já eram dispendiosos, mas o maior desafio foi o vento que vinha em fúria ininterrupta”. O lugar onde o fotógrafo montou o tripé para capturar a imagem tinha apenas dois metros de largura, com penhascos nos dois lados. “Alie isto à escuridão, pois a foto exibe uma luz mais acentuada pela longa exposição, e tem-se a ideia da dificuldade”, conta. Momentos de pura tensão, mas que ao final já sabemos: valeu o clique.

Foi necessária uma noite clara para capturar o maior número de detalhes na paisagem (além do tempo bom). “Cheguei a fazer um esboço da foto com layout e todas as informações técnicas necessárias que vinham a minha cabeça para que, no momento dos cliques, eu não esquecesse de nada. Mas na hora eu nem encontrei essa anotação”. A imagem é uma fusão de 8 fotografias feitas em série para uma panorâmica de 180 graus, todas no sentido vertical – 16 mm de distância focal em APS-C – para conseguir capturar a dimensão do lugar. Quer ver mais fotos? Clique aqui.