Como eu fiz a foto: Wellington Fugisse
Há uma frase de Louis Pasteur que diz: “A sorte favorece a mente bem preparada”. Wellington Fugisse, 26 anos, está no mercado de fotografia de casamento há cerca de três anos e já fotografou mais de 250 casamentos. E acredita que a preparação é crucial para uma boa fotografia.
Listado em 2013 pela Artistic Guild of Wedding Photojournalist Association entre os 50 melhores fotógrafos de casamento do mundo e pela Fearless Photographers entre os cinco mais premiados do Brasil, Wellington afirma que um dos seus rituais mais importantes é achar a melhor composição. Decidir não só o seu posicionamento, como o do casal, o enquadramento, o que será incluído na cena e ajustar a luz para que, na hora em que o momento certo aparecer, já esteja pronto para fotografar.
“Isso é estar preparado para a boa sorte. Existe sim o acaso, o inesperado, a sorte. O importante é que estejamos prontos para esse encontro. Também acredito que seja crucial clicar bastante em momentos decisivos, para conseguir captar o melhor instante. A cada segundo, a cena muda”, diz o fotógrafo.
“Estava fazendo uma série de fotos com os noivos no momento do brinde, fiz cerca de vinte imagens para conseguir a que considerei a ideal. Como uma maneira de fugir do brinde tradicional, tenho feito esse momento com os noivos fora do ambiente da recepção, para conseguir uma direção e uma cena mais dinâmica”, explica o fotógrafo, a respeito da foto eleita para a seção “Como eu fiz a foto” desta semana. “Posicionei o meu assistente com um flash atrás do casal, com o zoom bem aberto para fazer as gotas saltarem na imagem e o grande segredo é que eu pedi ao noivo que jogasse sem medo a champanhe na minha direção. À medida que as gotas do champanhe caíam na minha lente, se transformavam no efeito bokeh, deixando a imagem bem mais interessante”, lembra Wellington. A foto foi premiada pelo fotógrafo David Beckstead em seu grupo Abstract Canvas, pela Fearless Photographers e também pela International Society of Professional Wedding Photographers.
Wellington finaliza com uma reflexão: “Acredito que precisamos evoluir sempre, ter uma visão humilde sobre si e sobre o próprio trabalho, ser consciente de que a evolução é contínua, é um processo que não acaba nunca. É preciso estar sempre em busca do desenvolvimento do olhar: se acreditarmos que nossa fotografia já chegou ao seu ápice, a gente para de evoluir”. Apaixonado por fotografia de casamento, ele garante sentir a cada cerimônia o coração bater mais forte: “Me vejo sobretudo como um contador de histórias, atento aos momentos e sentimentos que se transformam em gatilhos de memória para que o casal relembre e reviva seu grande dia”.