“Caudal amazônico” em exposição no MAR
A partir desta terça-feira (9), o Museu de Arte do Rio (MAR) abre ao público a mais abrangente coleção de arte amazônica reunida fora de seu estado de origem. Pororoca – A Amazônia no MAR apresenta mais de 500 objetos representativos da diversidade cultural da região e ilustra o que o novelista e poeta suíço Blaise Cendrars classificou como “caudal amazônico da linguagem”.
A curadoria foi feita pelo diretor do museu, Paulo Herkenhoff, que desde 1983 realiza um trabalho ininterrupto sobre a região, escrevendo artigos e realizando exposições. “Para mim, essa exposição tem um enorme sentido existencial”, reconhece o curador, “pois surge de algumas décadas de pesquisa e acompanhamento da produção de mais de trinta artistas. É importante pensarmos na Amazônia como uma singularidade do Brasil. No futuro próximo, o acervo deverá se expandir para contemplar a arte de todos os países amazônicos. Hoje vivemos a superação da polaridade centro e periferia, mas a região é lugar de extremos entre violência social e delicadeza poética”, observa.
A exposição, que poderá ser visitada até 23 de novembro (ingressos a R$ 8), reúne instalações, pinturas, esculturas, fotografias, artes gráficas e decorativas, moda, mapas e documentos, objetos arqueológicos e indígenas e registros. Uma centena de artistas está representada na mostra. Entre os fotógrafos há nomes importantes como Luiz Braga, Emmanuel Nassar, Miguel Chikaoka, Elza Lima, Walda Marques, Claudia Andujar, Paula Sampaio, Alexandre Sequeira, Guy Veloso e Milton Guran.
Sob um olhar analítico e não cronológico, Pororoca apresenta a sobreposição de universos e tempos culturais, desde as diversas etnias indígenas à realidade dos centros urbanos da região amazônica brasileira. O acervo abarca dois séculos e meio de história crítica, entre a visualidade amazônica, a violência social, a arte relacional e o processo de metropolização. Logo mais, às 11 horas, haverá uma conversa com o curador e diversos artistas. Serão abordados os principais eixos e singularidades das obras expostas, além de questões referentes ao processo de formação da Coleção MAR. O museu está na Praça Mauá, 5. Site: www.museudeartedorio.org.br.
