Beleza artificial
Em livro, fotógrafo britânico reflete sobre a estética construída por meio do bisturi.
A fotografia, mesmo antes do surgimento do Photoshop, já promovia alterações na aparência das pessoas. Após este, no entanto, o expediente de “adaptar” os modelos ao exigente padrão estético vigente tornou-se febre. Não tardou e vozes discordantes se fizeram ouvir.
No entanto, não é apenas virtualmente que as alterações ocorrem. O bisturi, o “Photoshop da vida real”, tem sido cada vez mais requisitado e as cirurgias plásticas tornaram-se populares na medida em que os procedimentos cirúrgicos evoluíram. Em paralelo, as pessoas têm recorrido com frequência a intervenções tais como implantes, tatuagens e piercings. Algumas vezes, as mudanças são extremas e não correspodem ao padrão vigente.
Assim, como se define a beleza, quando nos é dada a chance de construí-la nós mesmos? Essa pergunta intrigou Phillip Toledano, um inventivo fotógrafo de publicidade britânico que vive e trabalha em Nova York.
Autor de ensaios bastante provocativos, Phillip conduziu um intitulado A new kind of beauty (Um novo tipo de beleza). Ele fotografou 27 pessoas que se submeteram a diversas intervenções cirúrgicas com fins estéticos. O resultado está no livro de mesmo nome, que o fotógrafo está lançando.
A conclusão a que Phillip chega é de que estamos expandindo a definição do que significa a aparência humana. “Aqui vai uma analogia: há 20 anos, se uma pessoa dissesse que queria cobrir os braços com tatuagens e colocar um piercing na língua, possivelmente a chamaríamos de louca. Mas, hoje em dia, é totalmente normal. Então, em 20 anos, acho que as coisas que estamos fazendo com nossos corpos agora serão totalmente aceitáveis”, disse Toledano à BBC Brasil.
Site do fotógrafo: www.mrtoledano.com. Para reservar um exemplar no livro, clique aqui.