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Brasileiro clica imóveis na Califórnia

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Romulo Oliveira é um paulista de Franca de 31 anos de idade, que há oito anos vive em Los Angeles, na Califórnia (EUA), trabalhando como corretor de imóveis. No começo, como acontece com todo bom novato, foi-lhe delegada uma tarefa da qual ninguém gostava: fotografar as casas colocadas à venda. Romulo, porém, gostou. E o pessoal também gostou das fotos que ele fez – e, assim, o brasileiro entrou “oficialmente” na chamada “real estate photography”.

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A modalidade é bastante popular lá fora, a julgar pela quantidade que links que há sobre o assunto. Ela corresponde ao que é conhecido aqui por fotografia imobiliária (“real estate”, ou “propriedade real”, é como chamam o mercado imobiliário nos Estados Unidos e na Inglaterra). “Aqui nos Estados Unidos as imobiliárias funcionam um pouquinho diferente do que no Brasil: todas as imobiliárias e agentes imobiliários dividem um único site para compra e venda, sendo obrigatório que todas as casas à venda tenham no mínimo uma foto”, explica Romulo.

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Romulo Oliveira, “real estate photographer” acidental

Com isso, ele informa, estabeleceu-se um interessante filão fotográfico, principalmente nas áreas nobres de Los Angeles, como Beverly Hills, Hollywood e Malibu. “Em alguns lugares onde o mercado é bastante disputado, são utilizados até drones para fotografar”, ele conta (há um vídeo mostrando isso aqui).

As primeiras fotos que o paulista tirou foram feitas com uma camerazinha do tipo “point’n’shoot”. Mas Romulo tratou de melhorar o equipamento, adquirindo uma Canon 7D e mais algumas lentes e flashes, um softbox e sombrinhas. Desde então, já fotografou mais de 250 imóveis e tem no acervo mais de 40 mil fotografias, de casas cujos preços variam entre 75 mil e 2,5 milhões de dólares.

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Curiosamente, Romulo não ganhou nem um “cent” até agora. “Faço isso somente para pessoas que conheço e porque gosto. Já chegaram a me oferecer dinheiro, mas não  aceitei”, diz o corretor, ainda incerto da sua qualidade técnica. Ele, no entanto, suspira com a ideia de se profissionalizar: “Já pensei em fazer curso na faculdade local, mas vi que não era muito simples e naquele momento havia algumas barreiras que me impediram de fazer. Fiz curso e continuo fazendo cursos em escolas locais e procurando saber mais sobre a técnica HDR, pois é a mais usada nesse estilo de foto”, conta Romulo, que também se inspira no trabalho de outros “real estate photographers” para melhorar seu estilo (como este aqui).

“Penso muito em ser fotógrafo profissional, algumas pessoas até me qualificam como tal,  mas não é uma transição simples para mim. O ramo de fotografia para venda de casas é um mercado bastante disputado e sair de uma profissão na qual venho tendo resultados positivos ano após anos e me arriscar não seria a melhor decisão financeira a tomar. Mantenho a profissão de fotógrafo como segundo plano, por enquanto”, decidiu.

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