Conheça os metaleiros de Botsuana

Há um consenso imagético a respeito da África: paisagens áridas, animais selvagens e homens e mulheres em trajes tribais. Um fotógrafo sul-africano, no entanto, desafia essa construção e apresenta ao mundo um insuspeitado – e orgulhoso – grupo de nativos: os metaleiros de Botsuana.

Frank Marshall acompanha há algum tempo a cena heavy metal de Botsuana, país colado à África do Sul conhecido pelas reservas de vida selvagem e pelo forte apego às tradições. Seu ensaio a respeito do tema, uma série de retratos dos adeptos dessa subcultura no país sul-africano – Renegades – está em exibição na galeria Rooke, em Johanesburgo.

O fotógrafo iniciou seu trabalho em 2008. Um ano antes, ele acompanhou uma banda sul-africana em uma apresentação em Gaborone, capital de Botsuana. Chamou-lhe a atenção o fato de que, diferente do que ocorre em outros lugares, onde o público heavy metal é essencialmente caucasiano, lá os adeptos desse estilo fossem negros.

“Fiquei imediatamente fascinado por essa pequena subcultura que tinha crescido no país”, afirma Marshall, que retornou no ano seguinte para dar início ao projeto Visions of Renegades como sua tese de graduação em fotografia.

Outro aspecto característico desse “movimento” – o que, paradoxalmente, sinaliza para o caráter tradicional dos botsuanenses – é que, enquanto os cabeludos de outros países desfilam de camisetas, bermudões e tênis, os “headbangers” de Botsuana enfrentam o clima subsaariano vestindo jaquetas e calças de couro, botas e chapéus de caubói – entre outros adereços que remetem aos famigerados motoqueiros Hells Angels e à cena roqueira dos anos 1970, que foi quando o metal começou a aparecer em Botsuana.

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