Patricia Prado: quanto vale seu trabalho?

_MG_6743

Em primeiro lugar, gostaria de desejar a todos um 2014 com muita luz, lembrando que todos os dias temos a chance de melhorar e mudar o nosso destino!

Estive afastada da coluna, me fortalecendo e recuperando da dor de perder minha melhor amiga, parceira, incentivadora, que me passou tantas coisas boas e sempre me deixou ganhar asas, procurando me colocar o pé no chão nas horas certas, meiga, carinhosa e de um amor incondicional: minha mãe! Mas, como ela mesma faria no meu lugar, busquei forças para continuar a caminhada. Obrigada pelo carinho de todos! Vamos trabalhar!

No último post, falei da importância de saber cobrar os seus ensaios. Todo dia vejo marketing doido de R$ 300 por books, entre outros absurdos. Pergunto-me se esse profissional está pagando para trabalhar ou se matando de trabalhar para ganhar algum.

Hoje em dia, com o digital, todos sabemos que nosso trabalho aumentou! Não ter que tirar 36 poses por filme, levar ao laboratório, esperar o tempo da revelação é realmente tentador, e mais tentador ainda ficar horas editando imagem no Lightroom, vendo filtros e possibilidades de deixar o seu trabalho ainda mais bonito – sem falar que depois vem o Photoshop, principalmente nos books. Sabemos que as mulheres que contratam nosso trabalho já perguntam: “Vai rolar Photoshop, né?” Fato!

Essas coisinhas que citei podem ser um mero relato na cabeça de muitos, afinal, não disse nada que ninguém desconhecesse, mas é exatamente onde muitos se perdem.

A maioria dos fotógrafos quer saber quanto eu cobro por um ensaio sensual. Nas minhas aulas, sei que os alunos estão ávidos por essa informação. Nós mesmos temos a curiosidade de saber quanto custa o trabalho do nosso concorrente. É o mercado, faz parte, é bom ter essa noção.

Mas a principal pergunta é: você sabe quanto vale seu trabalho?

_MG_7840-2

Acho que todos nós cometemos essa falha, exceto aqueles que têm por natureza uma característica mais lógica. Os artistas estão sempre envolvidos nos pensamentos, na criação e na intuição, e erram feio!

Cada um sabe quanto custa sua realidade, que público quer atingir e que profissionais vai escolher para fazer parte da sua equipe; longe de estar classificando aqui se alguém é melhor que o outro. Temos que definir realidade e metas!

A primeira coisa que temos que fazer é listar tudo que vamos oferecer, como: custo de locação, maquiadora, produtora, assistente, edição, tratamento de imagem, editoração e impressão de fotolivro, álbum ou revista. Esses custos são fixos, mesmo que você execute a edição, o tratamento de imagem, diagramação, isso leva tempo, e “time is money”!

Chegou a hora de calcular o seu custo de vida, suas despesas, até gastos com diversão, afinal, ninguém é de ferro… Tudo isso para calcular quanto custa sua hora de trabalho.

Eu mesma não conhecia esse cálculo no início e nunca estava satisfeita com o resultado, até que me dei conta de todos os meus investimentos e custos.

Passamos horas estudando, participando de congressos e cursos, investimos em equipamento, temos que trocá-lo, afinal existe a depreciação – e você contabiliza isso? Claro que um fotógráfo que cobra R$ 300 nem passa perto desse cálculo.

Prestação de serviço envolve muitas coisas “invisíveis” e precisamos estar atentos.

Achei num site uma tabela excelente e um texto explicando cada fase de forma bem clara. Vale a pena conferir (clique aqui).

_MG_3832

Vamos acordar para a realidade e parar de prostituir nossa profissão, valorizar nosso trabalho. O que sobra de um evento senão as fotos e os vídeos? Eternizamos e contamos estórias, estamos sempre antenados para levar o que existe de melhor em termos de equipamentos e finalização para nosso cliente, escolhemos profissionais de nível para trabalhar conosco, que também investem na melhor marca de maquiagem, no luxo na decoração… Eu pelo menos trabalho dessa forma, e precisamos “realizar” que nós não podemos ser o item mais barato!

O seu valor aparece na medida em que você se valoriza!

Reflitam! Beijos e até o próximo post!

.

Artigos relacionados

Um Comentário

  1. Patricia só há uma fala em seu raciocínio. O levantamento de custos deve servir para você decidir se permanece ou não no mercado. Quem define o preço de um produto é a demanda pelo bem ou serviço. O que tem acontecido na fotografia é um problema no jogo de oferta e demanda. Há uma demanda que cresce pouco ultimamente e uma oferta que cresce muito.
    Neste caso há uma tendência de pressão de preços para baixo. Isto é necessário para adequar à demanda. Vender um book a R$300 ou até menos é viável quando possibilita algum lucro e é uma alternativa melhor que as demais. No caso da fotografia não podemos nos iludir. As barreiras de entrada no mercado estão desmoronando e, para todos poderem trabalhar, é necessário que os preços medos caiam para se adequar à demanda. Isto é economia básica.