Patricia Prado: quanto vale seu trabalho?

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Em primeiro lugar, gostaria de desejar a todos um 2014 com muita luz, lembrando que todos os dias temos a chance de melhorar e mudar o nosso destino!

Estive afastada da coluna, me fortalecendo e recuperando da dor de perder minha melhor amiga, parceira, incentivadora, que me passou tantas coisas boas e sempre me deixou ganhar asas, procurando me colocar o pé no chão nas horas certas, meiga, carinhosa e de um amor incondicional: minha mãe! Mas, como ela mesma faria no meu lugar, busquei forças para continuar a caminhada. Obrigada pelo carinho de todos! Vamos trabalhar!

No último post, falei da importância de saber cobrar os seus ensaios. Todo dia vejo marketing doido de R$ 300 por books, entre outros absurdos. Pergunto-me se esse profissional está pagando para trabalhar ou se matando de trabalhar para ganhar algum.

Hoje em dia, com o digital, todos sabemos que nosso trabalho aumentou! Não ter que tirar 36 poses por filme, levar ao laboratório, esperar o tempo da revelação é realmente tentador, e mais tentador ainda ficar horas editando imagem no Lightroom, vendo filtros e possibilidades de deixar o seu trabalho ainda mais bonito – sem falar que depois vem o Photoshop, principalmente nos books. Sabemos que as mulheres que contratam nosso trabalho já perguntam: “Vai rolar Photoshop, né?” Fato!

Essas coisinhas que citei podem ser um mero relato na cabeça de muitos, afinal, não disse nada que ninguém desconhecesse, mas é exatamente onde muitos se perdem.

A maioria dos fotógrafos quer saber quanto eu cobro por um ensaio sensual. Nas minhas aulas, sei que os alunos estão ávidos por essa informação. Nós mesmos temos a curiosidade de saber quanto custa o trabalho do nosso concorrente. É o mercado, faz parte, é bom ter essa noção.

Mas a principal pergunta é: você sabe quanto vale seu trabalho?

Acho que todos nós cometemos essa falha, exceto aqueles que têm por natureza uma característica mais lógica. Os artistas estão sempre envolvidos nos pensamentos, na criação e na intuição, e erram feio!

Cada um sabe quanto custa sua realidade, que público quer atingir e que profissionais vai escolher para fazer parte da sua equipe; longe de estar classificando aqui se alguém é melhor que o outro. Temos que definir realidade e metas!

A primeira coisa que temos que fazer é listar tudo que vamos oferecer, como: custo de locação, maquiadora, produtora, assistente, edição, tratamento de imagem, editoração e impressão de fotolivro, álbum ou revista. Esses custos são fixos, mesmo que você execute a edição, o tratamento de imagem, diagramação, isso leva tempo, e “time is money”!

Chegou a hora de calcular o seu custo de vida, suas despesas, até gastos com diversão, afinal, ninguém é de ferro… Tudo isso para calcular quanto custa sua hora de trabalho.

Eu mesma não conhecia esse cálculo no início e nunca estava satisfeita com o resultado, até que me dei conta de todos os meus investimentos e custos.

Passamos horas estudando, participando de congressos e cursos, investimos em equipamento, temos que trocá-lo, afinal existe a depreciação – e você contabiliza isso? Claro que um fotógráfo que cobra R$ 300 nem passa perto desse cálculo.

Prestação de serviço envolve muitas coisas “invisíveis” e precisamos estar atentos.

Achei num site uma tabela excelente e um texto explicando cada fase de forma bem clara. Vale a pena conferir (clique aqui).

Vamos acordar para a realidade e parar de prostituir nossa profissão, valorizar nosso trabalho. O que sobra de um evento senão as fotos e os vídeos? Eternizamos e contamos estórias, estamos sempre antenados para levar o que existe de melhor em termos de equipamentos e finalização para nosso cliente, escolhemos profissionais de nível para trabalhar conosco, que também investem na melhor marca de maquiagem, no luxo na decoração… Eu pelo menos trabalho dessa forma, e precisamos “realizar” que nós não podemos ser o item mais barato!

O seu valor aparece na medida em que você se valoriza!

Reflitam! Beijos e até o próximo post!

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