Série inédita de Madalena Schwartz sai em livro

Madalena Schwartz/Acervo Instituto Moreira Salles
Artistas Paulo Bacellar (Paulette) e Carlinhos (Dzi Croquettes) fotografados em 1974 por Madalena Schwartz

Os anos 70, no Brasil, foram marcados por extremos: de um lado, a repressão promovida pelos militares; de outro, a transgressão inspirada nos ideais de liberdade e liberação sexual. Neste segundo extremo circulou uma fotógrafa desterrada, em busca dos personagens marginais do teatro underground paulistano. Madalena Schwartz usou sua câmera para registrar travestis, transformistas e outros artistas desses palcos, numa série de imagens que permaneceu inédita até agora.

A série finalmente será submetida à apreciação no livro Crisálidas (133 págs. R$ 80), que o Instituto Moreira Salles (IMS), detentor do acervo da fotógrafa húngara, lança dia 21 de maio, às 19h30, no auditório da Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Em simultâneo, o IMS abre exposições das fotografias publicadas na loja Instituto Moreira Salles por Livraria Cultura, no Conjunto Nacional (até 17/06), e no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca (até 16/07).

A obra de Madalena (1921-1993) em posse do IMS conta com mais de 16 mil imagens e é composta por retratos de celebridades e anônimos, além de rostos registrados em viagens pelo Norte e Nordeste do país.

Nascida em Budapeste, ela ficou órfã de mãe em 1934 e foi viver com seu pai na Argentina. Posteriormente, casada e mãe de dois filhos, se mudou para São Paulo. Sua formação fotográfica teve início no Foto Cine Clube Bandeirante, em 1966. Nos anos 70, Madalena publicou suas fotos nas revistas Íris, Planeta, Claudia e outras. Sua primeira exposição individual ocorreu no Museu de Arte de São Paulo, em 1974. Ela ainda trabalhou para a Rede Globo de Televisão e colaborou com a Editora Abril. Em 1983, recebeu o prêmio de melhor fotógrafa da Associação Paulista de Críticos de Arte.

A série Crisálidas mostra uma Madalena fascinada pelo universo da androginia e do transformismo, presentes tanto em shows de travestis como incorporados à identidade de artistas como os Secos & Molhados e Dzi Croquettes, dos quais ficou próxima em suas rondas por bares e boates homossexuais paulistanos.

Na maioria das vezes, as fotografias eram feitas num estúdio improvisado em seu apartamento no edifício Copan, onde estabelecia com os retratados uma relação de proximidade, acentuada pelo paralelo existente entre a vida de imigrante da fotógrafa e o caminho trilhado por esses personagens, marcado por recusa, ousadia e construção da própria identidade.

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Madalena Schwartz/Acervo Instituto Moreira Salles
Artistas Paulo Bacellar (Paulette) e Carlinhos (Dzi Croquettes) fotografados em 1974 por Madalena Schwartz

Os anos 70, no Brasil, foram marcados por extremos: de um lado, a repressão promovida pelos militares; de outro, a transgressão inspirada nos ideais de liberdade e liberação sexual. Neste segundo extremo circulou uma fotógrafa desterrada, em busca dos personagens marginais do teatro underground paulistano. Madalena Schwartz usou sua câmera para registrar travestis, transformistas e outros artistas desses palcos, numa série de imagens que permaneceu inédita até agora.

A série finalmente será submetida à apreciação no livro Crisálidas (133 págs. R$ 80), que o Instituto Moreira Salles (IMS), detentor do acervo da fotógrafa húngara, lança dia 21 de maio, às 19h30, no auditório da Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Em simultâneo, o IMS abre exposições das fotografias publicadas na loja Instituto Moreira Salles por Livraria Cultura, no Conjunto Nacional (até 17/06), e no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca (até 16/07).

A obra de Madalena (1921-1993) em posse do IMS conta com mais de 16 mil imagens e é composta por retratos de celebridades e anônimos, além de rostos registrados em viagens pelo Norte e Nordeste do país.

Nascida em Budapeste, ela ficou órfã de mãe em 1934 e foi viver com seu pai na Argentina. Posteriormente, casada e mãe de dois filhos, se mudou para São Paulo. Sua formação fotográfica teve início no Foto Cine Clube Bandeirante, em 1966. Nos anos 70, Madalena publicou suas fotos nas revistas Íris, Planeta, Claudia e outras. Sua primeira exposição individual ocorreu no Museu de Arte de São Paulo, em 1974. Ela ainda trabalhou para a Rede Globo de Televisão e colaborou com a Editora Abril. Em 1983, recebeu o prêmio de melhor fotógrafa da Associação Paulista de Críticos de Arte.

A série Crisálidas mostra uma Madalena fascinada pelo universo da androginia e do transformismo, presentes tanto em shows de travestis como incorporados à identidade de artistas como os Secos & Molhados e Dzi Croquettes, dos quais ficou próxima em suas rondas por bares e boates homossexuais paulistanos.

Na maioria das vezes, as fotografias eram feitas num estúdio improvisado em seu apartamento no edifício Copan, onde estabelecia com os retratados uma relação de proximidade, acentuada pelo paralelo existente entre a vida de imigrante da fotógrafa e o caminho trilhado por esses personagens, marcado por recusa, ousadia e construção da própria identidade.

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