O olhar de Bob Marley por David Burnett

Se fosse vivo, Bob Marley teria feito ontem 68 anos de idade (ele morreu em maio de 1981). O jamaicano que se tornou um dos maiores nomes da música e popularizou o reggae é hoje um ícone da juventude, cuja imagem rivaliza (talvez suplante) a de Che Guevara em impressões de camisetas.

Em 1976, o cantor começava a espalhar sua sonoridade pelo mundo, o que chamou a atenção da revista norte-americana Time, que decidiu despachar um repórter à Jamaica para cobrir o emergente fenômeno musical. Com ele foi o fotógrafo David Burnett.

Correspondente no Vietnã durante dois anos, Burnett fotografou para a Life, Time e Fortune e ajudou a fundar a agência Contact Press.

Burnett encontrou Marley em Kingston, capital jamaicana, onde o artista vivia. No ano seguinte, acompanhou o jamaicano na turnê europeia do álbum Exodus, e desses encontros nasceu seu primeiro livro Soul Rebel: An Intimate Portrait of Bob Marley  in Jamaica and Beyond (Alma Rebelde: Um retrato íntimo de Bob Marley na Jamaica e além, em tradução livre).

Segundo o fotojornalista, em entrevista a James Estrin, do New York Times, Bob Marley era “um talentoso poeta que entendia profundamente as relações humanas. E isso é o que você sente em suas canções”.

Para Burnett, a imagem mais expressiva que obteve do rei do reggae é a que ilustra este texto. Impressa em página dupla no livro, mostra um close do olhar de Bob Marley, encarando as lentes do fotógrafo: “Há muita energia naquele olhar e muita sabedoria”, observa.

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