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Lula versus Bolsonaro: você será a Xuxa da fotografia?

Primeiramente, vale ressaltar que o texto a seguir não se trata de nenhuma preferência política ou por qualquer candidato. Somos um canal de fotografia e o objetivo é apenas despertar uma reflexão antecipada sobre o posicionamento político de fotógrafos diante de clientes e do mercado e o quanto isso pode causar impacto em seus negócios neste ano eleitoral. Esse será o primeiro e último texto sobre política no canal. Ok? Então, vamos lá!

Essa semana a ex-apresentadora Xuxa Meneghel se recusou a fazer uma foto com uma fã por que, segundo ela, a mulher era uma “Bolsominion”, termo usado para quem apóia o presidente Jair Bolsonaro (veja o vídeo abaixo). E esse foi o nosso ponto de partida para esta reflexão. Será que o fato de uma pessoa ter uma preferência política diferente da sua é motivo para não tirar uma foto ao seu lado?

Obviamente, você pode achar isso certo ou errado, pois trata-se de um direito individual de querer ou não ser fotografado ao lado de determinadas pessoas. Porém, isso é apenas um exemplo simples do que nós fotógrafos e amantes da fotografia podemos enfrentar daqui por diante até as eleições, que promete ser muito acirrada e visceral em todos os níveis da sociedade como aconteceu em 2018. Infelizmente, ao invés de se debater ideias e projetos, as campanhas políticas no Brasil acabaram virando uma guerra de nós contra eles. Uma luta do bem contra o mal. Mas como os fotógrafos podem ser afetados com esse cenário? Sim, basicamente de duas maneiras:

1. Perda de clientes por causa de posicionamento político do fotógrafo nas redes sociais

Muitos fotógrafos se manifestam abertamente em suas redes sociais sobre suas preferências políticas e ideológicas. Normalmente, defendem com unhas e dentes candidato X ou Y. Repostam ou publicam textos agressivos para desconstruir a imagem do adversário político. E, sem saber ou perceber, acabam perdendo muitos clientes. Como no caso da Xuxa, que não foi nada tolerante com a preferência política da fã por outro candidato, muitos clientes mais ferrenhos ou fanáticos não aceitarão contratar um fotógrafo que, abertamente pelas redes sociais, ataca ferozmente seu político preferido e seus eleitores.

2. O fotógrafo não aceitar clientes que são apoiadores de um candidato diferente do seu

Na teoria os fotógrafos profissionais não deveriam fazer nenhuma distinção entre as preferências políticas, religiosas, etc de qualquer pessoa ou cliente. Mas se você é engajado politicamente aceitaria fazer um ensaio de clientes pró-Bolsonaro com roupas verdes e amarelas, estampas com a cara do “mito”, bandeira do Brasil, etc sendo você é um defensor da candidatura de Lula? Ou se você é Bolsonarista, aceitaria fazer ensaios de clientes vestidos de vermelho com estrelinhas brancas e estampas do “companheiro Luiz Inácio”?

Você terá postura profissional com paciência, tolerância e respeito por clientes que durante as fotos e ensaios, por algumas horas, ficarem falando mil maravilhas do candidato X e “detonando” o seu candidato preferido? Ou você será a Xuxa da fotografia?

Bem, se você não toparia fazer esses ensaios entenda que você está optando em colocar seu negócio em segundo plano em prol de suas convicções políticas e que isso poderá ter um impacto direto nas suas receitas. Exceto que você monte uma estratégia reversa usando o seu posicionamento político para atrair clientes que são adeptos do seu candidato preferido. Porém, seu mercado ficará bem mais restrito, possivelmente a metade da totalidade.

Isso seria suficiente para o sucesso e manutenção do seu negócio durante o período eleitoral? Como ficaria seu nome no mercado depois das eleições? Seria possível recuperar os clientes perdidos que votaram em outro candidato diferente do seu? A campanha vai acabar em outubro e o seu negócio? Pense a respeito e escolha seu posicionamento de maneira consciente sabendo dos prós e contra de sua escolha e o quanto isso afeta o presente e o futuro do seu negócio na fotografia.

Engajamento pessoal e familiar sem afetar a fotografia

Os dois posicionamentos acima tem um grande potencial de causar estragos no seu negócio. Então, como participar do processo político de forma direta, lutar por suas convicções e por seu candidato sem prejudicar seus resultados e nome no mercado? A política é a arte do convencimento. Hoje, muitas pessoas acreditam que um simples post, stories ou vídeo tem o poder de convencer alguém a mudar seu voto ou aderir a determinado candidato. Mas isso não é uma verdade. Longe disso!

Se você quer ser importante no processo político, ajudar seu candidato favorito, atue dentro do seu ciclo de amizades (trabalho, igreja, academia, etc) e dentro da sua família abordando as pessoas e explicando por que seu candidato é o melhor para o país. Tudo no melhor estilo corpo-a-corpo, olho no olho. Assim, você defende suas ideias e luta por suas convicções de forma muito mais eficaz sem correr o risco de prejudicar seu negócio. Esperamos que o texto ajude a você refletir sobre isso.

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