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Fotógrafos pedem que guardas da Rainha da Inglaterra parem de usar peles de urso em gorros

Dez fotógrafos de vida selvagem enviaram uma carta pedindo ao Ministério da Defesa da Inglaterra para que os guardas da Rainha parem de usar as peles de ursos negros em seus famosos gorros. O acessório usado pelos guardas reais faz parte da tradição desde o século 17 e é conhecido como bearskin (pele de urso).

Com de 45,72 cm e 680 gramas, o gorro é feito com pele de urso negro canadense e seu objetivo seria intimidar os adversários. Ao usar esses gorros, os guardas da Rainha parecem mais altos e transmitem uma imagem mais assustadora. Porém, na prática os gorros se tornaram apenas uma atração turística, que atrai milhares de pessoas para registrar os guardas reais usando o exótico acessório em frente ao Palácio de Buckingham e do Palácio de St James, em Londres.

Fotógrafos pedem que guardas da Rainha da Inglaterra parem de usar peles de urso em gorros
Guarda da rainha usando o tradicional gorro com pele de urso negro | Foto Pexels

“Não há mais desculpas para usar a pele de animais selvagens abatidos. Exortamos você a mudar para peles artificiais, pelas quais ninguém deve ser morto. Por favor, a vida dos animais depende disso… Como fotógrafos da vida selvagem, que passaram nossas vidas documentando a beleza e a fragilidade do mundo natural, estamos cientes da necessidade de proteger – e não pilhar – o planeta vivo, o que inclui os animais com os quais o compartilhamos. É por isso que pedimos que parem de financiar a matança de ursos negros para os gorros da Guarda da Rainha”, diz a carta.

Fotógrafos pedem que guardas da Rainha da Inglaterra parem de usar peles de urso em gorros
Guardas da rainha desfilando com o tradicional gorro com pele de urso negro | Imagem de Christian Bueltemann por Pixabay

Após a carta dos fotógrafos, a PETA, organização de direitos dos animais, também se juntou a mobilização contra o uso da pele dos ursos na fabricação dos gorros e fez uma série de protestos. A organização alega que os animais são mortos cruelmente e quer que os gorros sejam feitos a partir de agora por materiais sintéticos.

A organização criou uma petição online para a coleta de assinaturas contra o uso da pele dos ursos nos gorros e, atualmente, já está com mais de 100 mil apoiadores. “Não há desculpa para o Ministério da Defesa continuar a financiar efetivamente o abate de ursos para chapelaria cerimonial, uma vez que foi produzida uma alternativa indistinguível, que é à prova d’água e imita pele de urso real em aparência e desempenho”, diz a petição online.

Imagem de Biljana Jovanovic por Pixabay

O Ministério da Defesa da Inglaterra, em resposta a petição da PETA, disse que “atualmente, não temos planos para acabar com o uso de peles de urso. As peles de urso usadas são subprodutos de um abate licenciado pelas autoridades canadenses para gerenciar a população de ursos selvagens”. Porém, os fotógrafos e autores da carta, dizem que os governos federal e provincial do Canadá negaram a existência de tais abates autorizados e controlados.

De acordo com a PETA, é preciso a pele de um urso negro inteiro para fazer apenas um gorro e que nos últimos 7 anos, a Inglaterra gastou cerca de £ 1 milhão (um milhão de euros), cerca de R$ 6 milhões, na compra das peles e fabricação dos gorros. “Para que este símbolo nacional perdure de uma forma que se incorpore a sociedade moderna, ele deve ser substituído por peles artificiais”, disse a organização.

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