Fotógrafo tem câmera quebrada pela PM durante manifestação em São Paulo
Enquanto cobria uma manifestação contra Michel Temer, no centro de São Paulo, Vinícius Gomes e outro fotógrafo, que estavam trabalhando, foram presos e agredidos pelos policiais. Segundo o site G1, a câmera do fotógrafo Vinícius Gomes foi completamente destruída pela PM, não sobrou nem uma parte para ser recuperada.
A truculência da Polícia Militar de São Paulo é um caso que se repete, inclusive já deixou fotógrafo sem olho. Em 2013, o fotojornalista Sérgio Andrade da Silva perdeu um olho quando cobria uma manifestação, acertado por uma bala de borracha. O fotojornalista Alan Marques, da Folha de São Paulo, comenta o caso nesta entrevista exclusiva.
As manifestações ocorrem contra a aprovação do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. Pela terceira vez o PMDB assume o cargo sem ganhar uma eleição. Foram 61 votos a favor contra 20. Na bancada do Senado, as mais diversas desculpas como Deus e a família tradicional brasileira. Políticos com ficha criminal extensa condenaram uma politica sem crime. O Brasil foi as ruas e as imagens são o que retratam esse momento.
Durante a fase final do julgamento realizado na segunda-feira,30 de agosto, enquanto a ex-presidente Dilma Roussef se defendia perante o Senado, bombas de efeito moral e gás lacrimogênio reprimiam uma manifestação contra Michel Temer, em São Paulo. Os movimentos Frente Povo Sem Medo e Brasil Popular que encabeçavam o ato, reagiram atirando objetos nos policiais e fazendo barreiras de lixo queimado.
Toda vez que os manifestantes tentavam se reagrupar, a policia reagia de forma agressiva. Um homem que passava de bicicleta gritou “Viva a PM” e foi agredido por manifestantes, mas conseguiu fugir. Um grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizou um ato na manhã de terça-feira (31) que bloqueou a Marginal Tietê, usando pneus em chamas. As fotos do R.U.A Foto Coletivo e Drago mostram os momentos de tensão e resistência dos manifestantes.
Quarta-feira, 31 de agosto, tornou-se um dia marcado pela aprovação do impeachment da agora ex-presidenta Dilma Roussef. Os protestos que já aconteciam a seu favor ganharam força, se disseminando pelo país. No momento da aprovação, o fotógrafo Pedro Chavedar, da Vice, estava junto a um grupo de pessoas que comemoravam em frente ao prédio da Fiesp, na Avenida Paulista, em São Paulo, por volta das 13h. Nas fotos de Chavedar, é possível perceber que uma “festa” estava acontecendo. Além de muitos xingamentos misóginos, rojões, buzinaço, bolo, vinho e champanhe a “comemoração” não passava de 30 pessoas.
Na parte da noite, as manifestações se intensificaram em diversas cidades do país como Florianópolis, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Todas com violência e confrontamento da polícia, muitas agressões iniciadas com a “tentativa” de dispersar os manifestantes, quando esses possuem o direito de ocupar as ruas para protestar.
Exceto pelo fotógrafo e sua ferramenta de trabalho, faltou sentar a borracha no lombo dos marginais que sitiaram a cidade.