Fotógrafo é preso por mais de 120 acusações de abuso e venda ilegal de fotos

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje de manhã (28/04/2022) a Operação Abusou para desarticular uma organização criminosa que produzia, disponibilizava e comercializava fotos e vídeos para pedófilos. O líder da organização era um fotógrafo de Balneário Camboriú (SC), que foi preso preventivamente, e que está sendo acusado por mais de 120 crianças, jovens e adolescentes de abuso sexual, registro não autorizado da intimidade sexual, assédio e venda ilegal de fotos.

Segundo a Polícia Federal, o fotógrafo praticava crimes sexuais e induzia as vítimas “a trocarem de roupa em seu carro e em seu estúdio fotográfico, onde haveria espelhos e câmeras estrategicamente posicionadas para registrá-las nuas”. De acordo com a PF, mais de 120 crianças e adolescentes, com idades entre 4 anos e 18 anos, foram identificadas, até o momento, como vítimas da organização criminosa.

venda ilegal de fotos
Foto: Polícia Federal

O fotógrafo já vinha sendo investigado pela Polícia Civil e Delegacia de Proteção à Mulher de Balneário Camboriú após o registro inicial de dois boletins de ocorrência. Mas assim que o caso ganhou repercussão nas redes sociais, dezenas de adolescentes denunciaram abusos.

Segundo os relatos das vítimas o modus operandi sempre era o mesmo. O fotógrafo pedia para que as meninas fizessem poses sensuais, não destinava local apropriado para que as jovens se trocassem, algumas garotas relatam que o fotógrafo as assediava verbalmente e fisicamente com toques inconvenientes e tentativas de beijos.

Ainda de acordo com as investigações, a organização criminosa atuava desde 2001 na produção e comercialização de fotos e vídeos de crianças e adolescentes em poses sensuais e eróticas. As garotas eram convencidas pela promessa de que o material produzido seria enviado para agências de modelos para que fossem apresentadas para “hipotéticos” trabalhos de moda e publicidade. Assim, as crianças e adolescentes eram convencidas a serem fotografadas com roupas de banho e sem peças íntimas.

venda ilegal de fotos
Fotógrafo fazia a venda ilegal de fotos e nos ensaios cometia abusos de acordo com relatos da vítimas e as investigações da Polícia Federal

Cada imagem produzida, junto como o nome e perfil nas redes sociais da vítima, era vendida por 20 a 30 dólares em sites na deep web controlados pelo grupo em países como a República Tcheca, Estados Unidos e Rússia. A comercialização aconteceu por anos e o pagamento era feito por cartões de crédito, transferências internacionais e até por criptomoedas.

Cerca de 200 mil arquivos de imagens e vídeos estão sendo analisados pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (SERCOPI/DRCC) da Polícia Federal, em Brasília/DF, que atua na investigação.

Além da prisão preventiva, a 1ª Vara Federal de Itajaí, em Santa Catarina, também expediu a ordem de sequestro e bloqueio dos bens do fotógrafo e mais 10 mandados de busca e apreensão de outros membros da organização no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre e Santana do Parnaíba. Como o material era acessado de outros países, a operação da Polícia Federal teve apoio da Interpol e da agência norte-americana de segurança, a Homeland Security Investigations (HSI).

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