Fotógrafo se coloca na pele de modelo em ensaio sensual (NSFW)

A fotografia boudoir como conhecemos geralmente traz modelos mulheres. São aquelas moças comuns que desejam se perceber sensuais ou presentear seu amor com fotos picantes. Mas quais são as sensações que estas mulheres, que não são modelos profissionais, tem ao posar de forma sensual frente à câmera?

Com essa dúvida na mente, o fotógrafo de boudoir Glauber Silva resolveu fazer um experimento (e usou a si mesmo como cobaia). Glauber se colocou no lugar da modelo, sendo o assunto principal de um ensaio sensual. O que é curioso de várias formas, tanto porque ele é quem está por traz da câmera e também porque é um homem. É raro ver fotos sensuais de homens comuns, a não ser de brincadeira, como o Dudoir. Entrevistamos Glauber Silva para saber os detalhes desse experimento:

iPhoto Channel – Como surgiu a ideia de se colocar no lugar das modelos de boudoir?

Glauber Silva – A ideia de me tornar modelo do meu próprio trabalho surgiu por conviver no campo de conforto e desconforto da modelo quando está sendo fotografada por mim. Quais as sensações que sentem ao ver sua fotografia e o que elas pensam? Quais suas reações em frente a uma câmera e quais as expectativas antes de ver suas imagens?

Nessa primeira parte desse processo, eu quis realmente buscar entender e analisar esse processo a partir da minha subjetividade. Em segundo plano, minha intenção foi apurar meu olhar e analisar a luz natural que entrava pela janela e ver como se projetava no corpo, seus contrastes, intensidade e qualidade da luz.

iC – Como você se sentiu?

GS – Me senti confortável, pois fiz na minha casa mesmo, mas o nível de desconforto não foi estar nu e sim quando fui ver as imagens depois. Percebi que minha atitude foi exatamente igual a das modelos quando olham suas imagens, nos auto julgamos de tal maneira que o outro que vê não enxerga dessa maneira, e a foto que você não gostou é adorada por outras pessoas.

iC – Você mesmo fez as fotos ou contou com a ajuda de alguém?

GS – Eu mesmo fiz meu ensaio. Coloquei a câmera em um tripé conectada a um controle remoto e fui fazendo vários clicks. O fato de me fotografar e não chamar outro profissional para fazer, foi pelo simples fato de querer me ver dentro da minha concepção de imagem, descobrir se meu conceito de imagens serve para mim também ou somente para terceiros. A conclusão disso são as opiniões das pessoas que verem o ensaio.

iC – Quais foram os maiores desafios para esse projeto?

GS – Na minha concepção, creio que o maior desafio foi mais da parte técnica do que o próprio fato de me fotografar sem roupa. Acertar foco em lente 50mm, me esconder perfeitamente atrás de objetos, foram as coisas mais complicadas. Segundo passo de desafios foi escolher quais fotos eu divulgaria, pois foi como disse anteriormente, às vezes as fotos que não gostamos são as fotos que mais agradam uma terceira pessoa.

iC – Você conhece o Dudoir, um tipo de Boudoir masculino cômico que os maridos fazem para as esposas? Acha que esse tipo de foto pode virar tendência no Brasil?

GS – Conheço sim, e fiz esse ensaio desrespeitando um pouco essa tendência. O Dudoir ou Dudeoir ( Dude = Cara em inglês ) reproduz poses, cenários e meios sensuais femininos em homens, na qual justamente produz esse tom hilário do ensaio. No meu caso, eu não quis seguir essa tendência cômica e sim produzir sensualidade masculina – não sei se consegui, risos.

Creio que o Dudoir no Brasil não seja tão aceito pelos homens, pois se com mulher às vezes já é difícil, com homens então será bem mais complicado por motivos de muito preconceito no estilo. Mas acredito que, para começarmos com essa tendência, primeiro temos que fazer ensaios mais sérios, mais sensuais, iguais boudoir e a partir daí podemos devagar colocar uma pitada de humor.