Fotógrafo ferido em tumulto: “Não vou desistir”

O Brasil está em convulsão desde a última semana, quando se iniciaram protestos em São Paulo contra a alta das tarifas de ônibus e houve violenta repressão policial, o que desencadeou a onda de revolta que tomou as ruas das principais capitais do país, numa escalada de indignação que tem levado a casos de puro vandalismo e violência. Qual será o desfecho desse capítulo turbulento da história do país ninguém sabe. Uma coisa é certa: não tem sido fácil para quem tem a obrigação de ir à rua e contar o que está acontecendo, como atestam os repórteres feridos durante as manifestações.

O repórter fotográfico Sérgio Andrade da Silva, 31, é um dos que sofreram na pele as consequências dessa missão. E olhe que ele não é um novato nesse tipo de trabalho. Suas lentes já estiveram em algumas situações casca-grossa envolvendo manifestações e conflitos urbanos. Nenhuma como a da última quinta (13), conforme ele contou em entrevista ao Portal Imprensa.

A exemplo do que ocorreu com a repórter da Folha Guiliana Vallone, Sérgio foi atingido no olho por uma bala de borracha disparada pela PM. Corre risco de perder a visão do olho esquerdo e, com isso, ganhar uma incerteza com relação ao futuro. Mas afirma que não irá desistir da profissão. “Amo fotografar, amo poder fazer parte do noticiário. As pessoas têm a obrigação de saber o que está acontecendo por meio das imagens e das notícias. E eu me sinto na obrigação de levar a informação do que acontece na cidade”, disse à reportagem de Imprensa. Apesar disso, ele ainda não sabe se poderá voltar a exercer integralmente a sua profissão. “É um momento difícil”, reconheceu.

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