Expo de Juca Martins relembra fatos marcantes
Testemunha de episódios marcantes da história do país (e do mundo), o premiado fotojornalista Juca Martins tem algumas de suas fotos mais importantes reunidas na exposição Testemunha ocular: fotografias de Juca Martins, que a Casa da Imagem, no centro de São Paulo, apresenta até 15 de setembro, com entrada gratuita.
Entre as imagens, algumas são de coberturas internacionais, como nos conflitos em El Salvador e no Líbano, entre 1981 e 1982. A maioria, porém, retrata situações vividas em solo brasileiro, e que repercutiram na vida social e política do país.
Assim, o público vai ter a oportunidade de reencontrar fatos que, na opinião de Juca, “as pessoas esqueceram e que foram subavaliados”. Entre eles, o garimpo em Serra Pelada, a grande seca do Nordeste em 1986, as greves de metalúrgicos em São Paulo durante a ditadura e os movimentos pela Anistia. Aliás, o período da ditadura e do processo de recondução da democracia ganharam destaque na exposição.
Segundo a curadora da Casa da Imagem Monica Caldiron, sua produção nesse período é marcada pela “agilidade no registro, escolha de situações e precisão de ângulos que valorizam o ser humano no fato jornalístico”.
“Essa habilidade pressupõe a interpretação da pauta, do local onde a cena se desenvolve e o planejamento do que o autor deseja extrair e ressaltar na imagem”, avalia Monica.
Juca, que nasceu em Portugal em 1949 e está no Brasil desde 1957, diz que seu objetivo é ressaltar a dignidade da vida nas condições mais adversas. Para o fotojornalista vencedor dos prêmios Esso de Fotografia (1980) e Vladimir Herzog de Direitos Humanos (1982), entre outros, ao retratar as lutas do povo, está “mostrando as pessoas lutando por um mundo melhor”.