Escola de fotografia é acusada de dar calote em alunos e professores
Recentemente, a escola de fotografia Fine Art Brasil, com sede em São Paulo/SP, tem recebido uma série de acusações por parte de alunos e professores pelo não cumprimento de suas obrigações financeiras em seus contratos e pelo cancelamento de cursos sem a restituição dos pagamentos.
Segundo os relatos, o proprietário da escola, conhecido apenas como Miguel Castello, não teria efetuado o pagamento de uma série de workshops e palestras nacionais e internacionais, que estavam sendo realizados durante uma convenção na capital paulista. No dia 16 de março, o caso foi parar na polícia.
O fotógrafo polonês Grzegorz Adam Płaczek, mais conhecido como Greg Moment, publicou uma série de vídeos em seu perfil no Facebook relatando o caso. Greg conta que não recebeu o pagamento pelo workshop ministrado e nem as passagens para voltar para casa, como tinha sido combinado.
Greg foi convidado por Miguel para realizar um workshop durante a Photo Talent Convention, organizada pela Fine Art Brasil, e viajou com a mulher e filha. Ele conta que no quinto dia, quando cobrou o pagamento, se deu conta de que ninguém que estava trabalhando no evento havia recebido.
A fotógrafa brasileira Cris dal Cero também publicou um vídeo no Facebook. Em seu depoimento, Cris afirma que mais de 40 pessoas foram até a delegacia para depor sobre o caso e que alguns dos alunos eram de fora do país e viajaram para o Brasil apenas para participar do evento.
Segundo o relato de Fernanda Sophia, que trabalhou na organização do evento, 2 funcionários da escola estariam trabalhando há três meses sem receber. Em vídeo publicado por Mauro Lainetti, um dos funcionários afirma que a escola tem uma dívida com ele de quase R$ 5 mil.
Um grupo de denúncia no Facebook, criado na semana passada, já reúne mais de 100 pessoas com diversos relatos sobre problemas de pagamento, cancelamentos de cursos e até mesmo ameaças, que aconteceram não apenas nesse evento, mas também em outros casos.
Os problemas com o dono da escola não são recentes. Em depoimento para o iPhoto Channel, a fotógrafa Cris Barros afirmou que em 2016 pagou por um curso de Katrina Parry, que seria realizado em novembro daquele ano, mas que nunca aconteceu e levou meses para recuperar o investimento de R$ 1,5 mil.
“Faltando apenas 4 dias para o curso entrei em contato com o Miguel perguntando se realmente a fotógrafa vinha. Ele falou que ela não ia vir e que ia devolver o valor”, conta Cris Barros. “Eu moro em Curitiba e a escola fica em São Paulo. Tem todo uma programação para esses deslocamentos. Passaram os meses de novembro e dezembro inteiros e ele não estornou os valores do curso da Katrina”, explica.
Cris conta ainda que em setembro de 2016 pagou R$ 3,5 mil por um workshop que seria ministrado pela fotógrafa Elena Shumilova e que, após um desentendimento por conta do curso anterior – Miguel alegou que Cris estaria “difamando” a escola -, foi impedida de participar do curso.
Em outro relato, um fotógrafo afirma que antes de montar a escola, Miguel trabalhava com a venda de equipamentos e que já teria causado prejuízos por não cumprir os acordos e prazos, levando meses para enviar os produtos e em alguns casos dando calote nos compradores.
No site Reclame Aqui, a empresa Fine Art Brasil possui um total de 44 reclamações desde 2016, que vão de problemas com o recebimento de impressões (a empresa anteriormente trabalhava com impressão fine art) até o não recebimento de estorno de pagamentos por cursos não realizados.
Após as denúncias, todas as publicações referentes ao evento e as demais divulgações da escola foram removidas das redes sociais. No site, a escola informa que os workshops foram cancelados e que se pronunciaria a respeito das acusações, porém, até o momento não houve qualquer publicação.
Entramos em contato com a escola, que afirmou por e-mail que o advogado da empresa se pronunciaria com uma resposta até a última segunda-feira (26/03), porém não houve pronunciamento sobre o caso. Tentamos também entrar em contato diretamente com o proprietário da escola, igualmente sem resposta.
Excelente artigo. Uma pena eu também ter sido vítima de estelionato dentro do mundo lindo da fotografia. Somos muito sonhadores (precisamos ser pra trabalhar nesse ramo) e aí acabamos acreditando em pessoas de tão baixo nível e sem caráter. #ripFineArtBrasil