Fotógrafo conta como foi usar a “lente dos sonhos” Canon f/0.95

Um dos desejos de muitos fotógrafos é possuir uma lente mais clara, mais rápida, ou seja, com a maior abertura de diafragma possível. Isso possibilita fotografar com mais autonomia em situações de pouca luz. E este anseio não é só dos fotógrafos: o cineasta Stanley Kubric tinha sua própria objetiva Zeiss f/0.7, que foi usada para filmar uma cena iluminada apenas por velas.

Foto: Austrowiki
Foto: Austrowiki

O fotógrafo que usa o pseudônimo de Austrowiki, membro do fórum Sony Alpha Rumors, compartilhou suas impressões em utilizar uma Canon 50mm f/0.95. Esta é conhecida como “lente dos sonhos” entre muitos profissionais, especialmente pelos efeitos que proporciona nas fotos, e para o teste ele adaptou a objetiva em uma câmera mirrorless Sony A7R II.

Foto: Austrowiki
Foto: Austrowiki
Foto: Austrowiki
Foto: Austrowiki
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“As questões que eu estava preocupado antes de comprar a lente foram o aparecimento de vinheta (um problema relatado com essas lentes em câmeras rangefinder e full frame E-mount) e a suavidade (softness)”, explica Austrowiki. E, depois de testar a lente por um mês, ele chegou a conclusão que esses efeitos estão muito presentes. “No entanto, eu já não me importo, eu suspeito que toda vez que estou com esta lente na minha câmera estou sorrindo”.

Foto: Austrowiki
Foto: Austrowiki

Porém, para aqueles que estão acostumados com lentes modernas que trazem inúmeros recursos contra todo tipo de aberração e distorção, essa é o exato oporto. “É importante ficar claro que isso não está perto de uma lente perfeita. Ela é suave, sofre de reflexões internas, flare, aberração esférica, vinheta, é pesada e desajeitada (construída como um tanque de guerra)”. Ele explica que ao utilizar esta lente tão antiga e diferente não houve uma compreensão imediata, mas uma curva de aprendizado para melhor utilização das potencialidades desta objetiva.

“O que eu queria, e obtive com a lente, foi o bokeh (desfoque de fundo) com aspecto de sonho e o brilho no estilo filme dos anos 1930 que a lente produz quando totalmente aberta”, diz Austrowiki.

Aqui é possível nota o efeito de "suavidade" da abertura em f/0.95, com um leve desfoque perto da parte nítida | Foto: Austrowiki
Aqui é possível nota o efeito de “suavidade” da abertura em f/0.95, com um leve desfoque perto da parte nítida | Foto: Austrowiki

Para aqueles que desejam uma abertura de f/0.95 numa lente nítida, Austrowiki indica objetivas como a Mitakon speedmaster ou a Leica Noctilux. Você pode ler a review completa (em inglês) clicando aqui.

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6 Comentários

  1. Tive uma Canon 50/0.95 em montagem Leica M anos atrás. A lente era interessante mas as pessoas tem que entender que esta lente foi criada para uso em reportagem, onde o importante é registrar a imagem dentro dos limites aceitaveis de velocidade e ISO. A proposta era registrar uma imagem sem blur em condições de baixa luminosidade.

    A qualidade ótica em si desta lente é uma droga em grandes aberturas, com uma aberração cromática sinistra e no maximo regular em aberturas médias. Por isso que essas lentes eram usadas geralmente com filme preto e branco. Tem todo um folclore e mito em torno dessas lentes 0.95, mas a verdade é que milagres não existem. Por exemplo, uma 50mm 1.4 FD de $50 dá de mil a zero em qualidade na 0.95

    Não compare coma Zeiss 0.7. Esta é uma lente especial, de um outro patamar.