Em SP, a fotografia precisa de Boris Kossoy

O paulistano Boris Kossoy possui um trabalho tão consistente como cronista de nossas raízes na fotografia que quase esquecemos que ele também fotografa – muito. Quase. Para refrescar a memória, vale demais visitar a exposição Busca-me, em exibição na galeria Berenice Arvani, em São Paulo.

Estarão lá até 19 de abril 40 fotografias que propõem, como diz o próprio Kossoy, “uma viagem imaginária em busca de memórias perdidas, deslocadas, vagando sem rumo na neblina dos tempos, aguardando a vez de serem resgatadas, reincorporadas”. Muito oportuno.

Para Diógenes Moura, curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo e também curador da mostra, a fotografia de Kossoy é “precisa: domina o tempo”. Acrescente-se que ela brinca com o misterioso, o irreal (surreal?), especialmente em sua série Viagem pelo Fantástico, publicada em 1971, na qual o fotógrafo se apropria de signos do realismo mágico e cria imagens de grande impacto, algumas das quais presentes na mostra. A maioria das imagens, porém, é mais recente. Foram feitas nos últimos três anos.

Vale lembrar que o trabalho historiográfico de Boris Kossoy também está na praça, a exposição Um olhar sobre o Brasil: a fotografia na construção da imagem da nação, em cartaz no Centro Cultural Branco do Brasil, no Rio de Janeiro. Boris assina a curadoria, ao lado da também historiadora Lilia Schwarcz.

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