Imagens que realizam sonhos

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Toda criança sonha com jogos e brincadeiras, mas nem todas podem, por exemplo, correr livremente por aí. O limite é físico. Na cabecinha delas, porém, essa barreira não existe. Se alguém estiver disposto a ajudar, elas vão superar tudo o que as impeça de viver a plenitude da infância.

Recentemente, um fotógrafo esloveno realizou um tocante ensaio com um garoto que mal consegue se mover. O trabalho chamou a atenção de muita gente, inclusive da fonoaudióloga Daniela Ferrari, que trabalha com as crianças da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Andradas (MG).

Ela imaginou que um ensaio assim faria sucesso entre os alunos da unidade. E entrou em contato com um fotógrafo da cidade, sugerindo-lhe a iniciativa. João Fábio Matheasi, 29 anos, gostou da ideia e a abraçou.

Participar de atividades voluntárias não é algo estranho à rotina de João. Já havia feito inclusive imagens para a Apae. Dessa vez, no entanto, o trabalho ganharia um pouco mais de alcance. “Fizemos com o único intuito de expor as fotos na exposição [na própria Apae] e elas acabaram ganhando mais vida. Algumas pessoas me procuraram com algumas outras propostas semelhantes a esse trabalho e vou tentar fazer acontecer pra todo mundo”, explica João, que ficou admirado com o trabalho de Matej Peljhan: “É de uma grandeza espiritual imensa”.

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O ensaio foi batizado de Realizando sonhos e, por meio dele, crianças (adultos também) que possuem dificuldades motoras se viram realizando atividades que gostariam de fazer. Tal como no ensaio do esloveno, os modelos foram colocados deitados sobre um fundo colorido representando seus momentos de sonho. João os fotografou de cima.

“Quando cheguei na escola, percebi que tinha uma sacada que dava para o pátio interno e tinha um espaço legal pra montar os painéis para a fotografia. Então estava tudo resolvido. Acho que depois da questão do ângulo resolvido a perspectiva para montar os painéis era mais fácil de resolver”, observa o mineiro, que fotografa há dois anos e diz que clica de tudo: “Ainda estou aprendendo muita coisa e por isso não defino qual é a minha área”, justifica.

Depois de uns 30 cliques, João pegou o jeito. O mais importante é que a sessão foi uma grande diversão: “O resultado era fazermos as fotos e nos divertir com os alunos e eles se divertirem. Acho que isso fica visível nas fotos”, diz o fotógrafo, satisfeito.

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