Livro marca trajetória de Fabio Colombini
O foco certeiro de Fabio Colombini e o conhecimento acadêmico de Evaristo Eduardo de Miranda se associaram para compor A Arte do Olhar – Mata Atlântica (240 págs., R$ 120), livro que sai pela editora Metalivros e terá lançamento nesta quinta-feira, 4/10, às 21h30, na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1731), em São Paulo.
Na bibliografia do fotógrafo paulistano Fabio Colombini, 47, o livro representa seu oitavo projeto autoral e marca seus 25 anos de estrada. Porém, suas imagens já foram impressas em mais de 3 mil títulos, de gêneros diversos, além de calendários (foram 125), guias e revistas nacionais e estrangeiras.
Doutor em ecologia e engenheiro agrônomo, Evaristo é autor de livros que tratam de assuntos variados, desde ecologia, história, agronomia até espiritualidade. Cada qual em sua especialidade, a dupla lança luz sobre a mata tropical atlântica, a região que se estende do nordeste ao sul do Brasil e é parte da cultura da população que vive no litoral.
Fotógrafo dedicado exclusivamente a documentar a biodiversidade brasileira, Fabio Colombini nutre um especial interesse pelos aspectos da macrofotografia, condição que fica evidente em algumas das imagens do livro, as quais foram selecionadas do acervo do fotógrafo, produzidas entre 1990 e 2012. “Mas uma boa parte delas foi produzida especialmente para o livro, em três viagens a Santa Catarina e Bahia entre os meses de junho e julho de 2012, portanto inéditas. Essas viagens tiveram o apoio da empresa patrocinadora da obra, a ATE Transmissora de Energia”, conta Fabio.
Em sua totalidade, as fotos compõem um mosaico de recortes da vida que pulsa nas reservas da Mata Atlântica, formando um caleidoscópio pictórico e repleto de significados culturais e científicos.
Por sua vez, Miranda escreve sobre essa rica reserva de vida natural da perspectiva das fotografias de Colombini, mas apoiado também em sua maneira holística de perceber o mundo. “Minha parceria com o Evaristo já é de longa data, sendo que fizemos o Natureza Brasileira em Detalhe (2006) e Jardins Botânicos do Brasil (2009), além do livro Jaguar, que não tem somente imagens minhas. O Evaristo tem um texto muito agradável e sensível, conseguindo passar profundas informações científicas sem ser enfadonho e materialista”, explica o fotógrafo.
“A edição foi feita em conjunto com o editor da Metalivros, Ronaldo Graça Couto, num trabalho longo, que partiu de milhares de fotos até chegar no número final [mais de cem]”, continua. “Considero uma das obras mais importantes de minha carreira, pois não se limita a ser uma abordagem documental ou científica, permitindo uma aproximação mais artística do assunto, assim como diz o título da série A Arte do Olhar. A diagramação, fluidez da obra e qualidade de impressão estão primorosas, o que é fundamental para revelar as sutilezas e nuances de tons de verde e texturas da mata. A maioria das imagens é macro, o que caracteriza bem minha principal marca como fotógrafo, mas ao mesmo tempo apresenta fotos de paisagens, aéreas, interior e exterior da floresta, que fornecem uma visão ampla e bem conceitual”, descreve Fabio, que ao final assina um breve texto, dando voz a seu modo de ver e de fotografar a natureza, adquiridos ao longo dessa caminhada de 25 anos.
