A bordo do navio, de olho na paisagem

Navio Ruby
A bordo do navio Ruby, em cruzeiro pela América do Sul

Mariana Quintão, 25, acaba de desafivelar as malas. Está de volta ao Rio de Janeiro, onde tem base fixa desde 2010, e com planos de se dedicar aos retratos e aos outros projetos. Volta no gás, depois de passar um tempo ao sabor do vento. Mariana estava pelo mundo, a bordo de um navio, descobrindo as delícias da fotografia paisagística.

Talvez você tenha notado que, faz poucas semanas, desfilou por aqui um outro Quintão. Nenhum parentesco aparente, no entanto. Mariana, que também é mineira, até comentou o trabalho do homônimo: “O que mais gosto e valorizo na fotografia, Jorge trabalhou nessas fotos: realidade e sentimento”. Mas as semelhanças ficam mais ou menos por aqui. Seu percurso é mais recente: cinco anos como profissional, embora o gosto pela imagem estivesse estabelecido há mais tempo, por conta do cinema, que já oferecia as bases para se pensar nisso como arte e como produto.

A prática surgiu durante as aulas de jornalismo. “Quando fiz minha primeira foto, meu professor (Erick Vidal) pediu para que eu seguisse no ramo. Comecei a criar meu próprio portfolio, saía nas ruas com meus amigos de arte e moda e sempre criávamos ensaios temáticos”, conta Mariana, que trabalhou em dois estúdios de Juiz de Fora (MG) e pôde absorver um pouco melhor a técnica. Depois, quando se mudou para o Rio, conseguiu trabalho na Editora Globo. Dali, a mineira começou a ganhar o mundo.

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Itália
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Barcelona, Espanha

“Quando trabalhei lá, fiz uma viagem para Chicago e Las Vegas, onde começou a me despertar um olhar mais seguro para tudo. Quis viajar mais. Saí em 2011 a fim de viajar para ver melhor o que o mundo oferecia para fotografar. Embarquei pela companhia de navios Princess, e foi a forma de estar cada dia em um lugar diferente”.

Como parte da tripulação, ela percorreu todo o Mediterrâneo e pôde conhecer diversos países europeus. Terminada a viagem, Mariana embarcou em outra, desta vez costeando toda a América do Sul e depois subindo em direção ao Havaí e Alaska. “Comecei a trabalhar com fotografia pela companhia em maio de 2012 e segui até julho de 2013. Foi uma fase boa para a fotografia, passei seis meses fora em cada contrato e tive um novo começo para a fotografia que já fazia. Meu foco sempre foram os retratos, mas a fotografia de paisagem me inspirou a trabalhar o real e espontâneo em qualquer outra imagem. Meu foco não mudou, apenas criou força”, avalia a fotógrafa.

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Mariana: viagens foram a melhor experiência da vida

Segundo ela, a vida a bordo de um cruzeiro é repleta de possibilidades: “É como estar numa casa com motores, cada dia diferente, com lugares e belezas em contraste, o que interfere de forma direta na imagem. É legal saber o comportamento das pessoas, como o local interfere no estilo de vida. Todas essas informações fazem parte da bagagem, e o que eu faço com isso é montar o quebra-cabeça das informações absorvidas e transformar numa imagem com alma”.

De volta a ter solo firme sob os pés, Mariana também se coloca novamente à disposição do mercado casamenteiro. Foi nele que ela conseguiu seu primeiro trabalho e ao qual costuma lidar com olhar de fotojornalista. “O mercado de casamento está sempre em alta, daí vem a tarefa de transformá-lo em momentos marcantes, seja num sorriso verdadeiro, um abraço apertado, algum gesto que identifique o personagem”, diz. Porém, a impressão causada pelos panoramas vistos a partir do convés do navio não devem se dissipar tão cedo: “As paisagens estão em pauta”, afirma.

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De volta ao Rio, Mariana pretende voltar a focar nos retratos e nos casamentos

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