A arte das coisas pela fotografia: o ato criativo
Criar não atua. Como se de uma peça se tratasse, decidimos criar nesse ato, altura e tempo.
Não.
O ato criativo é existir, compulsivamente ter de anotar o que se está a criar, todo o tempo. A todo tempo e em altura alguma, somos sensíveis e novos. Acontece, vai acontecendo, revela-se.
Como?
Não faço a mais pequena ideia!… e mal de mim se o fizesse. Aí estaria mais no ato do que a criar e ficaria cheio das questões que estou todo o tempo a recusar dentro da minha cabeça; ondecomooriginalidadebommaueuelesganharperderdesistiralcançarchegarfugir.
Temos algo para criar? Vale a pena? Não faço a mais pequena ideia e essa é a certeza que estou a existir e posso criar. Nu, nu de todo se consegue ter forma(s). O que somos é assunto dos outros…nós existimos.
Por isso criamos, porque criamos…esse é o grande segredo que tento meter na minha cabeça cada vez que voltam as palavras a mais na minha cabeça.
Só paro quando as expulso.
Não faço ideia se este texto que aqui crio está a ser útil…mas criei-o de certo com toda a minha maneira de Existir…. e tudo veio de todo o lado.
Porque a inspiração também é expiração, antes de transpirarmos na nossa obra temos de respirar, sentir, olhar e sair por aí cheirando…