Alberto Ferreira no acervo do Palácio do Planalto

Uma foto do paraibano Alberto Ferreira, ganhador do Prêmio Esso em 1963, acaba de ser incorporada ao acervo permanente do Palácio do Planalto, em Brasília. A imagem Pé ante Pé agora figura ao lado de obras de renomados artistas plásticos no segundo andar da sede do Executivo Federal. É a primeira fotografia a integrar a coleção.

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“Pé ante pé”, de 1959, no acervo do Planalto: “Passo importantíssimo”
para o reconhecimento da fotografia como arte

Para o filho do fotojornalista, Antonio Carlos Ferreira Lima, a aquisição representa um passo importantíssimo para o reconhecimento da fotografia como obra de arte. “Sabemos que esse mercado é novo e ainda precisa de muito trabalho. Para o acervo do meu pai essa aquisição representa a confirmação da importância histórica do seu trabalho e também o reconhecimento ao seu indiscutível talento”, avalia.

Fotojornalista e editor da agência O Dia, do Rio de Janeiro, Antonio vem se empenhando em divulgar a obra do pai desde 2007. “Digitalizei pessoalmente 20 mil negativos desde então e estamos tratando as imagens, fazendo exposições e inserindo no mercado de arte através da Galeria Lume, de São Paulo. Nosso próximo passo será a confecção de um livro dedicado a sua obra”, diz. Um site também foi lançado recentemente para mostrar a obra e a história do célebre fotógrafo.

A cópia doada ao palácio está avaliada em 100 mil reais. A captura foi feita em 1959, durante a construção de Brasília. Cláudio Soares Rocha, responsável pelo setor de documentação histórica do Palácio, se interessou pelo trabalho após o local abrigar uma exposição de fotos de Alberto, durante a Copa. “Ele perguntou se eu não tinha interesse em disponibilizar a imagem Pé ante Pé para o acervo do Planalto. Imediatamente disse que sim e doei a imagem que hoje está exposta no segundo andar do palácio. Entrar nessa importantíssima coleção com a primeira fotografia foi um enorme presente e tenho certeza de que abrimos uma importante porta para outros profissionais brasileiros”, acredita Antonio.

Alberto Ferreira morreu em 2007, aos 75 anos de idade. Editor de fotografia do Jornal do Brasil durante 25 anos, ele inscreveu seu nome no fotojornalismo nacional principalmente por meio de suas imagens esportivas (é dele a famosa foto da “bicicleta” de Pelé). Seu herdeiro, entretanto, quer notabilizá-lo pelo conjunto da obra: “Nosso trabalho hoje está focado em mostrar o Alberto Ferreira além da bicicleta do Pelé. Fotos de Brasília, do Rio antigo, da Europa nos anos 60 e 70 e do nordeste brasileiro, com o olhar e a sensibilidade dele, estão sendo mostradas em exposições e já estão disponíveis para colecionadores. Minha intenção é resgatar a importância do seu trabalho e da fotografia produzida em sua época”, destaca.

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A clássica jogada de Péle. Antonio quer levar o nome do pai além da famosa imagem

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