Há 175 anos, o jovem mecânico Carl Zeiss abriu uma pequena oficina de mecânica de precisão e óptica na cidade de Jena, na Alemanha. Com a produção de vidros com propriedades ópticas revolucionárias, a Zeiss se tornou uma das fabricantes de óptica mais respeitadas no mundo até hoje, inclusive na fotografia.
Sua lendária lente Carl Zeiss 50mm Planar F/0.7 tem uma das maiores aberturas da história da fotografia. Essa lente extraordinária foi fabricada na década de 1960, quando a NASA contratou Carl Zeiss para desenvolver um conjunto de lentes de abertura extremamente grande para capturar imagens do lado escuro da lua em suas missões Apollo (chegada do homem a Lua). A empresa acabou criando apenas 10 lentes Carl Zeiss f/0.7.
Uma foi mantida por Carl Zeiss, outras seis foram vendidas para a NASA e o renomado diretor de cinema Stanley Kubrick comprou as três restantes para usá-las nas filmagens de seu filme Barry Lyndon. A qualidade impressionante da Carl Zeiss 50mm Planar F/0.7 permitiu que as cenas do filme fossem filmadas apenas com a luz geradas por velas. Segundo o próprio Carl Zeiss, a lente pode filmar imagens até na escuridão total.
Embora seja uma lente fixa de 50mm, o fato de ter a abertura f/0.7 tornou a Carl Zeiss 50mm Planar a lente mais cara de todos os tempos. Seu valor é estimado em US$ 23 milhões, o que na cotação atual daria mais de R$ 115 milhões.
Veja abaixo uma pequena parte do filme de Stanley Kubrick filmado com a Carl Zeiss Planar 50mm f/0.7:
Mais recentemente, a Zeiss também desenvolveu os componentes ópticos para o Telescópio Espacial James Webb. Suas lentes compatíveis com câmeras Canon, Nikon, etc, são sinônimo de qualidade óptica extrema e são sonho de consumo de milhares de fotógrafos.
Veja abaixo o documentário produzido pela DW Documentary, que conta uma pouco mais da história de 175 anos da Zeiss e suas contribuições ao desenvolvimento da óptica. O vídeo tem 25 minutos e está em inglês, mas você pode ativar a legenda em português na barra de configurações do YouTube.
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