Vogue Brasil é criticada por uso desnecessário de Photoshop
Em uma tentativa de gerar visibilidade para os jogos Paralímpicos, que acontecem no Rio de Janeiro entre os dias 7 a 18 de setembro, a revista Vogue Brasil lançou a campanha “Somos Todos Paralímpicos” e gerou uma grande repercussão nas redes sociais.
A campanha está sendo muito criticada pelos internautas, que não estão entendendo qual a necessidade de colocar atores globais no lugar dos paratletas, sendo que o motivo da própria campanha é gerar visibilidade para os Jogos Paralímpicos.
A montagem feita com Photoshop apresenta a atriz e embaixadora dos Jogos Paralímpicos, Cleo Pires, simulando o corpo da paratleta Bruna Alexandre, do tênis de mesa, e o ator Paulo Vilhena como Renato Leite, do vôlei sentado. O uso do Photoshop pode ser muito útil caso seja feito de forma ética. A campanha foi desenvolvida pela agência África, com fotografia de André Passos, direção de arte de Clayton Carneiro e beleza por Carol Almeida Prada.
Em seu Instagram, a atriz Cleo Pires publicou um vídeo onde diz que, como embaixadores do jogos Paralímpicos, ela e Vilhena emprestaram suas imagens para gerar visibilidade. Se foi por causa da repercussão da campanha não sabemos, mas as vendas de ingressos para os Jogos Paralímpicos dispararam.
A Vogue Brasil apresentou algumas atualizações sobre o caso. Na quarta-feira, dia 24/08 às 10:38, publicou uma foto em que os atores e os paratletas aparecem juntos e felizes. Mas a internet não perdoou, e às 13:33 o diretor de arte da revista fez uma declaração negando sua responsabilidade. “E para quem não sabe, a ideia toda da campanha foi da embaixadora das paralimpíadas, Cleo Pires. A gente sabia que seria um soco no estômago, mas estávamos lá por uma boa causa”, conclui Clayton Carneiro.
Alguns comentários na internet defendem a revista Vogue dizendo que a estratégia era clara: gerar “indignação” para que a campanha fosse vista. Pensando por esse lado, a culpa recai sobre a sociedade, que não daria valor para a ação caso fossem os paratletas nas fotografias.
Contudo, a Revista Tpm repostou a capa de fevereiro em que traz a atleta paralímpica Cláudia Santos, e foi muito elogiada. Porém, na época, a capa não chamou tanta atenção quanto se colocada no contexto da campanha da Vogue. Ainda, assim, a iniciativa da Vogue Brasil é linda, mas deixou de fazer sentido quando escondeu os verdadeiros interpretes dessa história.
“Alguns comentários na internet defendem a revista Vogue dizendo que a estratégia era clara: gerar “indignação” para que a campanha fosse vista”
Se uma revista precisa apelar para este tipo de campanha não merece ser lida.