Uma fotógrafa social atrás da loucura

A fotógrafa mineira Renata Vidigal, de 41 anos, praticamente iniciou a carreira fotografando casamentos. Mas aí, em 2003, rendeu-se ao chamado da moda e mudou o foco. Ficou três anos só atuando nessa área. Só que a fotografia social ainda tinha espaço no seu coração e – aliado ao fato de que em Belo Horizonte o mercado da moda andava um pouco saturado – ela resolveu retornar ao antigo tema. Hoje em dia, Renata é (novamente) uma fotógrafa de casamentos. E também de books e eventos.

“O mercado aqui [em BH] é muito competitivo em todas as áreas da fotografia. Me posiciono como uma fotógrafa conceitual, com influência da moda e das artes”, explica a mineira, que se formou em publicidade e propaganda, fez pós em comunicação contemporânea e informação visual e tem vinte anos de fotografia.

No início, quando enveredou pela fotografia, Renata contou com a orientação do também mineiro Eustáquio Neves, o consagrado artista visual. “É um grande mestre e amigo. Como passei muito tempo com ele no laboratório, uso muito o preto e branco, sépia, texturas etc. Uso também a sobreposição de imagens em alguns trabalhos”, destaca Renata, que diz perseguir o que foge ao óbvio durante a cerimônia: “Procuro passar o romance, a alegria do encontro, seja em um casamento ou em um ensaio de família. Porque o que mais encanta nesse tipo de fotografia é a emoção que ela passa”.

Renata: mercado em BH é muito competitivo (foto: Izabella Brom)

Renata também desenvolve alguns projetos pessoais. No momento, está começando uma pesquisa sobre a loucura. Na verdade, está um pouco obcecada pela ideia: “Todo doido que eu vejo eu fico pensando que tipo de loucura ele tem, se ele tem algo a dizer, como retratar aquela pessoa”, revela.

Seu plano era começar a fotografar agora, logo após o carnaval. Porém, envolveu-se na correria de abrir uma loja de fotografia e estúdio no bairro da Pampulha. Ou seja, o projeto teve que esperar. O foco, porém, está bem claro em sua cabeça: “Quero contar algumas histórias de pessoas que são consideradas loucas, mas que sempre têm algo a dizer, a ensinar. Conheço algumas pessoas assim. Acho que todos conhecem alguém assim, não é mesmo?”, pergunta. “As fotos serão feitas de acordo com a característica mais marcante de cada um. Quero pessoas que andem pelas ruas, que tenham contato com as pessoas. Loucos light, certo?”. Certíssimo.

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