Terra de Portinari é tema de livro de Alan Nielsen

Foto: Alan Nielsen
Fotos de Alan Nielsen celebram a vida calma do interior

Brodowski (SP) é uma cidade de 20 mil habitantes próxima de Ribeirão Preto. Típica cidade de interior, um detalhe a destaca: foi lá que nasceu o pintor Candido Portinari. E foi por conta do ilustre morador que Alan Nielsen esteve na cidade pela primeira vez. Porém, o fotógrafo, autor do livro Caminhando com Portinari (128 págs., R$ 50), prendeu nela, e na vida que corre mansa por suas ruas, o foco do seu trabalho.

Caminhando com Portinari, será lançado nesta terça-feira, 26, às 20 horas, no espaço Tijuana da Galeria Vermelho (R. Minas Gerais, 350, Higienópolis), em São Paulo. O livro é editado pela Terra Virgem Editora, com patrocínio da OHL Brasil. Diógenes Moura, curador da Pinacoteca do Estado, fez a curadoria das imagens.

Alan, que nasceu em Dacca, capital de Bangladesh, e atua no mercado editorial e de publicidade em São Paulo, conheceu Brodowski há dez anos. Na ocasião, ele fazia assistência de direção de fotografia para um curta-metragem ficcional baseado em obras de Portinari.

“Fui fisgado pela cidade, e o universo de Portinari foi a inspiração e o ponto de partida dessa caminhada pelo interior de São Paulo e pelo meu interior, ao realizar esse ensaio fotográfico”, afirma.

Foto: Alan Nielsen

Nesse percurso, resultado de diversas visitas à cidade, ele tirou cerca de mil fotografias com sua Rolleiflex médio formato municiada com filme. Coube a Diógenes Moura sintetizar a produção nas 56 imagens coloridas que estão no livro, formatado em 26×26 centímetros, com capa dura.

No texto de abertura, Diógenes escreve: “O drama que Alan Nielsen buscou para si foi justamente este: reler Portinari a partir de sua terra-mãe sem ser brutal, sem querer ser grandioso. Nielsen manteve o olhar atento, nada inventou, foi perspicaz, recuou para abrir um campo imagético dedicado ao ‘outro’”.

“Sou um tanto andarilho: morei no Panamá, na Nicarágua, na Indonésia, na Dinamarca”, diz Alan. “A maneira como se vive no interior de São Paulo contrasta com a correria da capital e de outras metrópoles. Esse trabalho é uma forma de resgatar a simplicidade da vida no campo e a sensação de que o tempo parou, em paralelo a toda a modernidade que nos cerca hoje”, completa.

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