Todos nós, fotógrafos, procuramos meios de melhorar nossas fotos. E principalmente os iniciantes (mas não só eles) escolhem como forma de fazer isso a compra de câmeras melhores, lentes mais claras, flashes etc. Porém, às vezes esquecemos uma peça-chave para se tornar um fotógrafo melhor: o estudo.
Esse papo meio generalista inicial na verdade serve para mostrar como eu, Lucas Cavalheiro, descobri e hoje não deixo de usar a técnica de “Strobist”.
Em mais uma daquelas madrugadas de insônia que todo fotógrafo é fã, vi fotos com flash que gostei bastante. Ao ver a descrição do setup utilizado para iluminar o retrato, notei uma particularidade: não eram flashes de estúdio, mas sim flashes portáteis (430 EXII, SB 600 etc.). Fiquei curioso em como que aquele flash que eu sempre usei e nunca gostei do resultado nos meus ensaios pôde dar aquele resultado. Mais alguma pesquisa e – bingo! – cheguei ao blogue Strobist.
Então, afinal, o que é Strobist? Para que serve? Funciona?
Strobist nada mais é do que usar o flash fora da câmera. Apenas isso. A questão é que, se utilizar o flash em cima da câmera já aumenta nosso leque de possibilidades, saber escolher a sua posição, intensidade e que modificador usar altera completamente o resultado em uma fotografia. Saber manipular a luz da forma correta, através do estudo de esquemas de luz e de como controlar e combinar a luz natural, ajuda a nos tornar melhores fotógrafos.
– Ok, Lucas, acredito. Mas… como eu faço isso?
Você vai precisar de três coisas para utilizar strobist:
- Câmera
- Meio
- Flash
1) Câmera: qualquer câmera que tenha sapata para flash externo. Prossumer, DSLR, micro 4/3 etc.
2) Meio: nada mais é do que como você vai acionar o flash externo a partir da sua câmera. Os mais comuns são fotocélula, infravermelho e radioflash. A Nikon usa o sistema CLS via infravermelho, a Canon, nas suas câmeras T3i, T4i, 60D e 7D, utiliza um sistema semelhante. Os flashes 600RT da Canon já trabalham com radiofrequência.
O mais confiável é o sistema de rádio, uma vez que não precisa de visada entre emissor e receptor. Experimente tentar ligar a televisão tapando o sensor ou o emissor do sinal: não vai funcionar, pois é infravermelho. Já com emissores e receptores que funcionam por radiofrequência, apenas devemos respeitar a especificação do equipamento, evitando afastá-los da distância máxima permitida (varia conforme a marca e modelo, mas, em geral, todos aceitam em torno de 20 metros). Rádios mais baratos funcionam relativamente bem, mas não permitem utilizar recursos mais avançados, como subir o tempo de exposição acima de 1/250s ou usar TTL.
3) Flash: a sua fonte de luz. Tanto um modelo mais caro quanto um mais barato, totalmente manual, permitem utilizar a técnica. O preço basicamente define as possibilidades de avançar na brincadeira, tanto em questão de potência (número guia) quanto de velocidade de sincronismo.
Associando essas três coisas a modificadores de luz, como softboxes, beauty dishes, geleias, e o seu conhecimento de esquemas de luz (Rembrandt, Paramount, luz de recorte etc.), podemos criar resultados como vemos abaixo:
LUCAS CAVALHEIRO é fotógrafo há sete anos e atua no mercado de ensaios e moda. É sócio-fundador da Escola de Fotógrafos em Porto Alegre (RS). Site: www.lucascavalheiro.com
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