Rodrigo Cedric: a lei do improviso

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Bridal sessions são a aposta de Rodrigo Cedric: “É uma grande novidade aqui na região”

Dúvida cruel: ser advogado ou fotógrafo? Seguir a tradição do avô, nas leis, ou o exemplo do pai, economista que largou a faculdade de direito quase no final para ser feliz fotografando? Depois de balançar um pouco, Rodrigo Cedric preferiu a segunda opção. Assim, ao invés de códigos e leis, câmeras, lentes e noivas, já que o casamento é a praia desse catarinense natural de São José e estabelecido em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí. Aos 26 anos, ele exagera: “Tenho mais tempo de fotografia que de vida!”.

Piada à parte, Rodrigo começou cedo. Aos doze anos já andava enfurnado na loja de fotografia do pai, em Blumenau, onde viveu a maior parte de seus anos. Fazia 3×4 e ajudava nos eventos, além de participar dos cursos oferecidos pelas fabricantes. Desse tempo, além da experiência (“já fui laboratorista também, que é uma ótima forma de aprender!”), ele guarda sua primeira câmera, uma Pentax K-1000. Volta e meia, ainda puxa a bichinha para fazer alguma foto em casamento.

Aliás, o casamento surgiu em função das assistências para o pai, somadas a um gosto irreprimido por pessoas. Claro que Rodrigo não fica apenas batendo ponto no altar. Como tem uma agência de publicidade, se vê obrigado a fotografar de tudo: gastronomia, moda, produtos, o que o cliente precisar. “Mas meu foco são os casamentos, sem dúvida”.

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Nesse segmento, ele não tem do que reclamar. O Alto Vale do Itajaí reúne cidades com bom nível econômico e Rio do Sul está entre as melhores. A região abriga em torno de 300 mil habitantes e, como diz Rodrigo, tem muita gente casando. E muita gente fotografando, é verdade, mas ele acha que isso não é problema. Pelo contrário.

“É um estímulo, nos faz não ficar parados e sempre buscando nos manter na ponta”, argumenta. O catarinense tampouco perde mais tempo com elucubrações a respeito da “banalização da fotografia”. Para ele, é assunto superado: “Alguém que compra uma DSRL hoje e amanhã sai dizendo que é fotógrafo não pode me atingir. Me sentiria um péssimo profissional caso isso acontecesse. Me preocupando com isso estaria jogando fora toda a experiência adquirida ao longo destes anos”, raciocina.

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Pré-weddings ainda são o carro-chefe do fotógrafo: “Elas às vezes ficam mais ansiosas por essas fotos que pelas do casamento”

Falando em experiência, Rodrigo Cedric aproveita bem o fato de ter dois negócios (estúdio e agência de publicidade) e ter que fotografar de tudo para incrementar sua foto de casamento. Por exemplo, ele tem investido bastante em “bridal sessions” – ensaios de noiva com cara de editorial. “Tem agradado demais a elas, muitas andam interessadas e é uma grande novidade aqui na região, e vejo que inclusive no Brasil não há muitos profissionais que oferecem esse tipo de material aos seus clientes”, diz, sublinhando, porém, que seu produto de maior saída é o pré-wedding: “Muitas noivas chegam a estarem mais ansiosas pelo ensaio do que pelas fotos do casamento em si!”

Rodrigo parafraseia Ansel Adams ao explicar seu estilo, que ele credita aos filmes que viu, músicas que ouviu e viagens que fez, entre outras coisas. O resultado disso, na sua visão, é uma fotografia intuitiva, “levemente descompromissada com as regras, os detalhes são importantes e, não importa como, o ápice do momento deve ser registrado. E o improviso está sempre presente!”

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Rodrigo Cedric: “O cliente nunca deve sair prejudicado” (foto: autorretrato)

Sempre presente, pero no mucho. Na parte gerencial do negócio, não tem brincadeira. “Prezo principalmente pelo bom atendimento, retorno rápido e eficaz. Vejo que muitos colegas de profissão pecam nisso”, avalia Rodrigo, que acha imprescindível deixar tudo preto no branco, qual serviço o cliente levará e quais as obrigações de ambas as partes. Porém, se houver problema, é ele quem “segura a bronca”. “O cliente nunca deve sair prejudicado”, professa.

“Outra coisa que gosto muito de fazer com meus clientes é mimá-los. Um agrado sempre vai bem, seja com algumas fotos a mais no álbum que eles não esperavam, ou mesmo com um presente de casamento. Isso tem um efeito incrível”, garante o profissional, cuja equipe reúne cinco profissionais, mais os frilas que o acompanham nos eventos (nos ensaios é a noiva Alexandra, modelo, quem dá uma mãozinha), mas no momento, está penando para fechar uma última “aquisição”: “Estou tentando trazer minha irmã Andressa, que é formada em fotografia pela Universidade Tuiuti do Paraná, para agregar à equipe, mas convencê-la a deixar Curitiba para residir em Rio do Sul não está fácil!”

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