Família: clientes preferem externas

Uma característica da moderna fotografia de família não deve ter passado despercebida dos profissionais que atuam nessa que é, muito provavelmente, a bola da vez no segmento de fotos comerciais: a preferência dos clientes pelas sessões externas. Ainda que o ambiente controlado do estúdio ofereça luzes expressivas e o aspecto clean de um fundo neutro empreste glamour às produções, as famílias têm optado pela informalidade e familiaridade de uma locação ao ar livre.

Mário César Costa, 41 anos, natural de Londrina (PR), está atento a esse fenômeno. MMarinho, que é como ele assina seus trabalhos, possui um bem montado estúdio em sua cidade natal, porém, a maioria dos clientes quer mesmo é ir para a rua.

“O mais requisitado são os ensaios externos, onde o cliente se sente mais à vontade para as fotos e ainda pode compor um ambiente mais agradável para o dia do ensaio. Normalmente fazemos as fotos em locais que tragam familiaridade aos clientes, para que os mesmos se sintam bem e à vontade para desfrutar de cada detalhe”, explica o paranaense, que não é nenhum novato no ramo.

Acima, duas produções de Marinho feitas em estúdio. A grande maioria, porém, pede fotos externas

Mário começou sua carreira na imprensa. Na Folha de Londrina passou do laboratório PB ao cromo, depois vieram os filmes coloridos e o processo de digitalização das editorias de fotografia. “Tive a honra de cobrir Fórmula 1, os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, Seleção Brasileira e alguns jogos do Campeonato Paulista. Foi um tempo de muito aprendizado”, lembra com nostalgia.

Quando o jornal passou por um período difícil e os salários atrasaram, Marinho resolveu investir nos casamentos, cujo conhecimento adquiriu fotografando os dos amigos. “Depois vieram os ensaios pré-casamento em estúdio (isso faz onze anos) e depois as minhas clientes começaram a engravidar e voltaram a procurar o estúdio para acompanhar a gestação e fotos dos filhos e aniversários”, conta, explicando assim a sua entrada no segmento de família.

“O mercado de foto de família está aquecido em todo o mundo, com fotos de gestantes, família, quinze anos, acompanhamento de bebês, ensaios pré-casamento em estúdio e externa. Nunca na história recente da fotografia brasileira o profissional teve tantas oportunidades de aprender, crescer, desenvolver seu estilo, fortalecer sua marca e poder ter qualidade de vida nesse oficio tão nobre, porém ainda sem a devida valorização”, analisa o fotógrafo, que receita para quem está pensando em entrar nesse mercado que tente “decifrar” seus clientes: “Conhecer cada cliente e entender o universo em que o mesmo está inserido, seus valores, crenças e conceitos. Por isso sempre pedimos para o cliente nos enviar por e-mail algumas fotos que ele considera bonitas, e a partir daí montamos uma estratégia de atendimento”, revela.

Seu equipamento de trabalho é uma Canon 5D Mark II, com lentes 24-70mm 2.8, 70-200mm 2.8 e uma 85mm 1.8. Tudo o mais é um esforço para atender bem as expectativas das famílias que o procuram, com especial cuidado com as crianças, bastante ativas por natureza: “Sempre brincamos com as crianças, temos bexigas para elas brincarem, balas e doces (quando a mãe permite) e temos a convicção que criança em estúdio fica em média 50 minutos, por isso é necessário sessões mais rápidas e objetivas”, observa.

Artigos relacionados