Pré-wedding em Paris: o contato com o cliente

Foto: Fabiana Maruno

Primeiro, gostaria de me apresentar: meu nome é Fabiana Maruno, sou fotógrafa e moro em Paris. Eu trabalho todos os dias fazendo externas e sei das dificuldades de se fazer isso: chuva, vento, neblina, falta de luz, aqui na Europa os meses de inverno sem fim, frio, calor, mas vou falar de tudo isso em outros artigos.

Para começar vou abordar um assunto que, para mim, é um dos mais importantes aspectos da fotografia em externas: o contato com o cliente.

Seja muito transparente com seu cliente. Eu faço muito contato por e-mail, o que quer dizer que a maioria dos meus clientes nem escuta a minha voz antes de fazermos a primeira sessão. Eles desembarcam em um país estranho esperando que a fotógrafa esteja lá, no dia e na hora marcados, tendo pago já uma parte da sessão.

Elabore um material objetivo descrevendo exatamente o que você faz, em quanto tempo de sessão, forma de pagamento, prazo de entrega e, em caso de desistência de uma das partes, o que acontecerá. E o mais importante: cumpra sempre tudo o que você escreveu.

No dia das fotos, seja pontual.

Vencendo a resistênciaNo meu caso, os clientes ficam quatro dias em média em Paris e, comigo, de três a quatro horas. Isso corresponde a uma manhã ou tarde dos seus dias preciosos de férias. O que acontece na maioria das vezes é que uma das partes não está tão animada assim com as fotos e aí começa o seu desafio.

Normalmente é o marido, namorado, noivo ou pai, e isso é tão comum que encaro hoje em dia como regra: é raro ver um noivo animado com um pré-wedding em Paris.

Essa resistência é natural – nem todo mundo ama fotografia ou ser fotografado. Então, nunca encare isso como algo pessoal, mas gostar do momento, da sessão fotográfica, é tão importante quanto a técnica e o resultado das fotos.

Normalmente, se tem alguém no grupo, família ou casal, que não quer fazer as fotos, essa pessoa dá sinais evidentes nos primeiros minutos. Algumas vezes diz abertamente que não gostaria de fazer as fotos, ou então pergunta coisas como: “Quanto tempo demora a sessão mesmo?”, ou ainda: “Pode tirar mais fotos dela [ou deles]. Eu não gosto muito de tirar fotos”, e por aí vai.

Mas não vá pelo caminho fácil de seguir a sessão ignorando essa pessoa, pois ela é, sim, parte importante e você pode e deve mostrar a ela como é legal ser fotografado.

Lembre-se: você é responsável por criar todo o universo ao redor das fotos. Especialmente em externa, pois, diferente de um casamento, batizado ou aniversário, ali é você quem faz as coisas acontecerem. Isso que dizer que é você quem deve dizer aonde ir, como ir, como se posicionar e o que fazer, e tudo isso de uma forma descontraída.

Responda todas as questões do seu cliente. Ele vai perguntar sobre você. E pergunte também, de uma forma discreta. Esse contato também ajuda tornar mais natural o momento da sessão.

Seja objetivo – Saiba exatamente quais são os locais ideais para as fotos, como são as poses, e calcule o tempo em cada ponto para não extrapolar o seu tempo de fotos – uma externa longa e cansativa não agrada a ninguém. Se você perceber que as pessoas não estão à vontade no local ou posição escolhidos, tenha sempre uma segunda opção.

Assim, seguindo esses pequenos conselhos, você chegará com certeza em um bom resultado ao final da sua sessão.


 

FABIANA MARUNO cursou três anos de publicidade e propaganda na PUC-PR, onde teve seu primeiro contato com a fotografia. Formada em administração pela UFPR, ela conseguiu unir duas grandes paixões: fotografia e Paris. Atualmente, ela é fotógrafa do Conexão Paris e correspondente exclusiva do Photo Channel em Paris. No dia a dia eterniza em fotos momentos mágicos vividos cidade luz.

Sair da versão mobile