[portfolio] Rodrigo Cardozo
Andres pertence a uma linhagem célebre: é filho de Teo Allain Chambi, este neto do lendário fotógrafo peruano Martín Chambi. Rodrigo é amigo de Teo e admirador do trabalho de Chambi. Por isso, pretende também auxiliá-lo com o arquivo do avô, que está sob sua guarda – 30 mil negativos e placas de vidro, dos quais apenas 13% foram catalogados e digitalizados.
“Penso que Chambi foi um humanista exemplar, que mesmo quando a fotografia era algo para poucos, ele não deixou de fotografar sua gente, seu povo. O que nos deixa feliz é saber que cada vez mais o seu trabalho está sendo conhecido e divulgado, prova disso é a exposição Chambi Inédito, na galeria Fass, em São Paulo”, observa o aspirante, que não perdeu oportunidade de visitar a mostra (em cartaz até 20 de outubro).
“Ver o modo como a luz é trabalhada em cada retrato é uma verdadeira aula, principalmente ao lembrar que, no início do século, não havia recursos de iluminação como temos hoje”, destaca Rodrigo. “Chambi sabia muito bem aproveitar a luz natural que entrava em sua casa e manipulava com maestria sua intensidade através do abrir e fechar das cortinas. Mas a maior complexidade que vejo em suas fotos se refere a outro tipo de luz, a qual ele soube extrair de seu povo como ninguém, a luz que revelou a identidade daquela cultura até então pouco conhecida e que através de suas fotografias ganhou o mundo e foi revelada de uma maneira muito superior a que ele fazia apenas em sua sala escura”, detalha. De quebra, o rapaz ainda aproveitou a estada na capital para fazer alguns exercícios de street photography: “Mas não foi nada sério… A ideia era só ter alguns quadros pequenos para ter em casa!”
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