Na lacuna silenciosa entre as percepções e as interpretações, está a criatividade e a vivacidade. O que os nossos olhos veem é apenas a ponta do iceberg.
Conhecer a fundo o que é iluminar, internalizando regras e técnicas avançadas para em seguida simplificá-las conforme as próprias percepções. Então olhar para dentro de si, tendo suas interpretações. Reconhecer a ordem existente em meio à desordem, organizar e enquadrar, reconstituir o universo segundo as leis que o regem, transformando em melodia a fotografia, assim como um maestro sensível ao ritmo se expressa e invade a alma.
Para que a fotografia seja acima de tudo arte, ela precisa ser eterna e só será eterna se falar ao coração, se vier de dentro e se instigar. Dessa forma, comunicar-se com a essência das pessoas de modo silencioso reflete a nossa própria essência.
“Isto é o que os grandes artistas sentem e conseguem transmitir em sua arte. Van Gogh não disse ‘isto é apenas uma cadeira velha’. Ele a olhou, e olhou, e olhou. E sentiu a existência da cadeira. Depois sentou-se de frente para a tela e pegou o pincel. A cadeira em si tinha um valor irrisório. A pintura desse mesmo objeto vale hoje milhões de dólares” (O despertar de uma Nova Consciência, EckhartTolle).
Vivenciar o essencial antes de quaisquer palavras, fotografar como se tivesse uma única chance, com a consciência de que a fotografia precisa ser criada primeiro dentro de si próprio, sem deixá-la à mercê da própria sorte. A criação é interna, espontânea, determinada e livre.
Deixo nesta coluna algumas fotografias em que busco demonstrar em imagens o que aqui escrevo! Espero que gostem!