Paraty em Foco divulga seus 13 convidados especiais de 2017
A décima terceira edição do festival internacional Paraty em Foto vai acontecer entre os dias 13 e 17 de setembro deste ano e tem como proposta levar ao público as mais variadas tendências da fotografia, estabelecendo um espaço de trocas de experiências. Sob o tema “Fotografia: Documento e Ficção”, o evento reúne um elenco de fotógrafos premiados.
O homenageado deste ano é Flávio Damm, fotojornalista que extravasou os limites do factual para construir uma poética do instante de inspiração bressoniana. Num contexto em que as fotografias deixam de valer por sua força visual, capturadas por divagações conceituais excessivamente abstratas, é proposto um retorno ao que realmente importa.
Conheça um pouco sobre os fotógrafos convidados que estarão presentes nesta edição:
Antonio Ansón é autor de obras de narrativas e poesia, além de ensaios especializados sobre a relação entre fotografia e literatura. Entre seus ensaios, destaca-se “Novelas como álbumes”, um trabalho sobre fotografia e literatura que esteve entre os finalistas do prêmio Anagrama em 1999, “El limpiabotas de Daguerre”, uma reflexão sobre a imagem fotográfica como experiência trágica do tempo.
Boris Kossoy é fotógrafo, teórico e historiador da fotografia. Arquiteto de formação pela Universidade Mackenzie, mestre e doutor pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, livre-docente e professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É professor do programa de pós-graduação da mesma instituição e coordenador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares de Imagem e Memória.
Fernando de Tacca é mestre em Multimeios pela Unicamp e doutor em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor doutor livre docente no Departamento de Multimeios, Mídia & Comunicação do Instituto de Artes da Unicamp. Publicou mais de 100 artigos em periódicos especializados em fotografia no Brasil, capítulos de livros, jornais e revistas especializadas.
Flávio Damm possui uma trajetória que se confunde com acontecimentos marcantes da história do fotojornalismo brasileiro. Gaúcho de Porto Alegre, começou na profissão quando tinha somente 16 anos de idade. Aos 20, emplacou seu primeiro grande furo de reportagem, quando registrou a intimidade de Getúlio Vargas em seu auto-exílio em uma fazenda do interior do Rio Grande de Sul. Um ano depois, entrou para a equipe da histórica revista O Cruzeiro, onde permaneceu por dez anos, participando de uma decisiva mudança de rumos na forma como era praticado o fotojornalismo no Brasil.
Guillermo Franco estudou Ciências da Comunicação na Universidade Nacional de Córdoba e Fotografia na Escola de Artes Aplicadas Lino Enea Spilimbergo, e na filial de Córdoba da Escola Argentina de Fotografia. Desde 2000 atua como Programador Cinematográfico do Cineclube Municipal Hugo del Carril e redator/editor das revistas “Metrópolis” e “Dime que me amas, Cineclub!”. Desde 2012 coordena o ciclo Cine y Fotografía no Centro de Estudios Fotográficos.
Jane Evelyn Atwood nasceu em Nova York e mora na França desde 1971. Seu trabalho reflete um profundo envolvimento com seus temas em longos períodos de tempo. Fascinada pelas pessoas e pela ideia da exclusão, ela tem se dedicado a penetrar em mundos que a maioria de nós não conhece ou opta por ignorar. É autora de 10 livros e já recebeu diversos prêmios internacionais de grande importância, incluindo o primeiro W. Eugene Smith Award em 1980, o World Press Foundation Prize em 1987 e o Alfred Eisenstaedt Award, 1998, entre muitos outros.
Jorge Luis Santos Garcia iniciou na fotografia de maneira autodidata em 1986. Seu trabalho é centrado em três eixos fundamentais: a espiritualidade, a natureza e a sexualidade. Esses pilares permitem adentrar na fotografia documental de manifestações religiosas e populares, na fotografia de natureza como aproximação do conhecimento do “eu” e no nu como ferramenta de explicitação da alegria humana como feito divino. Finalmente mescla os três pilares de maneira conveniente para expressar ideias e conceitos pessoais.
Maia Flore é artista e fotógrafa nascida na França. Sua abordagem é baseada em uma pesquisa acerca das coincidências entre o real e sua imaginação. Seu mundo é completamente fabricado, na forma de tocantes e encantadoras narrações, por vezes surrealistas. Realizou exposições individuais e coletivas em diversos países. Em 2015 ela ganhou o prêmio HSBC para a fotografia e sua primeira monografia foi publicada pela Actes Sud Editions.
Nana Moraes nasceu em 1963 no Rio de Janeiro. Formada em jornalismo pela PUC de São Paulo, colabora há 28 anos para os mercados editorial, cultural e publicitário. Foi seis vezes vencedora do Prêmio Abril de Jornalismo – a última em 2010 – e premiada pela Associação Brasileira de Propaganda como “Destaque Profissional/Fotografia”, em 2007 e 2011.
“Acredito que o bom retrato é aquele que expressa o outro. Meu processo de trabalho é sempre vertical. Costumo estudar, pesquisar ou me atualizar, sempre com a preocupação de propor caminhos para revelar a personalidade de quem será fotografado” – Nana Moraes.
Osborne Macharia é um artista autodidata e fotógrafo nascido e criado em Nairobi, Quênia. Seu intitula seu próprio estilo como Afrofictionism, marcado por um tipo de narrativa que sublinha três aspectos chave: Cultura, Ficção e Identidade, para criar histórias que transitam entre a realidade e a fantasia. Por meio da inclusão social, sua fotografia cria uma poderosa plataforma para expressar mensagens importantes em temas sensíveis, como abuso de gênero, caça e tráfico de marfim, albinismo, nanismo, minorias e cuidado com idosos.
Pedro Karp Vasquez é autor de 26 livros. Formado em Cinema pela Université de la Sorbonne, mestre em Ciência da Arte pela Universidade Federal Fluminense. Como administrador cultural, foi responsável pela criação do Instituto Nacional da Fotografia da Funarte, assim como do Departamento de Fotografia, Vídeo & Novas Tecnologias do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; tendo sido também diretor do Solar do Jambeiro, em Niterói.
Roberto Kusterle nasceu em Gorizia, na Itália, em 1948, onde ainda vive e trabalha. Começou na pintura e na instalação, nos anos 1970, antes de identificar na fotografia um meio ideal para sua expressão artística. Ao longo dos anos, os principais temas de sua poética vieram à tona: a continuidade entre os mundos humano, animal e vegetal, o papel de mediador do corpo, a negação do olhar, a constante prática da ironia, da ambiguidade e do deslocamento para conceber uma ideia e fazer com que o espectador reflita.
Sebástian Liste é fotógrafo documental e sociólogo dedicado à documentação de assuntos contemporâneos e as profundas transformações culturais da América Latina e do Mediterrâneo. Sebastián se especializou em projetos de longa duração, nos quais busca refletir acerca das consequências sociais das escolhas feitas pelos responsáveis políticos. Com seus projetos visuais ele visa gerar um diálogo e uma colaboração entre seus temas e sua audiência, trazendo diferentes mundos para um confronto.
Para saber mais, acesse o site do evento.