Há exatos 76 anos mais de 7.000 pessoas presas pelos nazistas no campo de concentração de Auschwitz foram libertadas pelos soldados da União Soviética pondo fim ao maior local de extermínio de Hitler. Por isso, hoje é comemorado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. O fotógrafo Wilhelm Brasse, também prisioneiro no campo de concentração, foi obrigado pelos soldados alemães a tirar fotos dos prisioneiros para os arquivos internos da prisão e para registrar as visitas dos oficiais alemães do alto escalão para a posteridade. Durante os cinco anos que passou no campo, Brasse tirou cerca de 50 mil fotos, das quais quase 40 mil sobreviveram. Entre os poucos registros fotográficos do campo da morte, as fotos de Brasse foram recuperadas dos arquivos nazistas no fim da 2ª Guerra Mundial e agora são uma peça-chave nas exposições do museu de Auschwitz.
“Ele tentou voltar para a fotografia [depois da guerra], mas era muito difícil para ele”, disse à Reuters a historiadora do museu de Auschwitz Teresa Wontor-Cichy. “O fato de ter tirado tais fotos era perturbador para ele.” As fotos deste post feitas por Brasse são da menina polonesa Czeslawa Kwoka, de 14 anos. Segundo o fotógrafo, antes de posar para o retrato, Czeslawa não conseguia entender o que uma oficial alemã dizia a ela e, por isso, a nazista a agrediu com um bastão repetidas vezes. Então, a menina enxugou as lágrimas e o sangue do rosto e se posicionou para a foto. Brasse, por sua vez, assistiu a tudo, mas não havia nada que ele pudesse fazer para interferir na situação, já que isso podia custar a sua vida. Wilhelm Brasse ficou conhecido como o fotógrafo de Auschwitz e morreu em 2012 aos 95 anos.