Mary Ellen Mark foi um fotógrafa norte-americana conhecida principalmente por sua fotografia documental e de retrato. Em suas fotos, ela registra o lado esquecido da sociedade ou simplesmente o lado que ninguém quer ver. Seu trabalho foi exibido em galerias e museus em todo o mundo e amplamente publicado em revistas como Life, Rolling Stone, Vanity Fair, e jornais como o New Yorker e New York Times. Ela foi membro da agência Magnum entre 1977 e 1981.
Mark nasceu em 20 de março de 1940, em Elkins Park, Pensilvânia. Criada no subúrbio da Filadélfia, começou a fotografar com uma câmera Brownie aos nove anos. Estudou na Cheltenham High School, onde ela era líder de torcida principal e exibia habilidade para pintar e desenhar. Em 1962 formou-se em pintura e história da arte da Universidade da Pensilvânia. Depois de se formar, ela trabalhou brevemente no departamento de planejamento da cidade de Filadélfia.
Mark voltou para a Universidade da Pensilvânia para realizar um mestrado em fotojornalismo na Annenberg School for Communication, concluído em 1964. No ano seguinte, Mark recebeu uma Fulbright Scholarship para fotografar na Turquia durante um ano, produzindo as imagens para o seu primeiro livro, “Passport” (1974). Lá ela também viajou para fotografar na Inglaterra, Alemanha, Grécia, Itália e Espanha.
Em 1966, Mary mudou-se para a cidade de Nova York, onde fotografou manifestações em oposição à Guerra do Vietnã, o movimento de libertação das mulheres e a cultura drag, desenvolvendo uma sensibilidade longe da sociedade dominante e em direção a temas mais interessantes e muitas vezes problemáticos. Sua fotografia passou a abordar questões sociais como os desabrigados, dependentes químicos e a prostituição. As crianças são um assunto recorrente em grande parte do seu trabalho.
“Sempre senti que crianças e adolescentes não são ‘crianças’, são pessoas pequenas. Eu olho para elas como pessoas pequenas e eu gosto delas ou não. Eu também tenho uma obsessão por doenças mentais e pessoas estranhas que estão fora dos limites da sociedade”
Mark era conhecida por estabelecer fortes relações com seus assuntos. Ela viveu por seis semanas com os pacientes na enfermaria de segurança do Hospital Estadual de Oregon e passou 3 meses fazendo amizade com as prostitutas que trabalhavam em uma rua em Bombaim. Seu projeto “Streets of the Lost” com a escritora Cheryl McCall, para a Life, produziu seu livro “Streetwise” (1988) e foi tema do documentário de mesmo nome, dirigido pelo marido Martin Bell.
Mary Ellen Mark morreu em 25 de maio de 2015 em Manhattan, aos 75 anos de idade, de síndrome mielodisplásica, uma doença do sangue causada por insuficiência da medula óssea.