O Brasil aos olhos do húngaro Thomaz Farkas

A fotografia foi herança de família. O húngaro, Thomaz Farkas, mudou-se para o Brasil com seis anos de idade, por vontade de seu pai que dava continuidade aos negócios da família. Eles foram os responsáveis por abrir a primeira loja Fotoptica, em São Paulo. E foi brincando que Farkas aprendeu a fotografar.

Com apenas oito anos de idade ganhou sua primeira câmera, e começou a realizar fotografias que podem ser compreendidas como experimentos visuais, intuitivos e exploratórios. Os temas eram o que estava ao redor, a família, os amigos, os passeios de bicicleta e a cidade em que vivia. Sem saber Farkas retratava a sua infância e adolescência, movidas por seu espírito livre. Mas ao mesmo tempo fotografia era sinônimo de negócios. Em 1960, o fotógrafo assumiu a direção da Fotoptica.

O ritmo acelerado de São Paulo, onde Farkas vivia foi tema de suas fotografias durante a década de 1940. Nessa época, o fotógrafo explorou enquadramentos diferenciados, o geometrismo, abstracionismo e o surrealismo. Sua visão tornou-se mais humanista, chegando próxima ao fotojornalismo e foto-documentarismo. E por meio dessa visão que Farkas construiu grandes séries como a construção de Brasília e Notas de viagem, onde aborda a Amazônia e o Nordeste.

Entre 1960 e 1970 Farkas seguiu sua paixão de juventude: o cinema. Durante os anos da ditadura militar no Brasil, produziu uma série de filmes documentários de curta e média metragem, que apresentavam ao Brasil facetas pouco conhecidas do país. Sua trajetória como cineasta conta com os filmes Subterrâneos de futebol, Viramundo e Memória do cangaço. Além de sua própria produção como Hermeto, campeão, sobre o músico Hermeto Pascoal.

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