Oscar Niemeyer, poeta e sonhador. Pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas, o grande arquiteto brasileiro, reconhecido internacionalmente, morreu nesta semana, aos 104 anos de idade. Luiz Garrido, um dos maiores retratistas do Brasil, teve a oportunidade de fazer uma série de fotos do homem que moldou Brasília.
As fotos foram feitas no escritório de Oscar, de frente para a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. “Niemeyer sempre teve preocupações sociais e lutou contra a desigualdade de classes. Uma das características que me chamou a atenção quando cheguei ao seu escritório foi a parede coberta de frases sobre esse tema. Percebi a frase ‘mundo injusto’, assimilei a informação e fotografei Oscar Niemeyer tendo como fundo a frase”, conta Luiz Garrido em seu livro Retratos (iPhoto Editora, 2011, 182 págs., R$ 169).
O especialista diz que o primeiro retrato que fez de Niemeyer ocorreu por iniciativa sua. Depois, ele voltaria a fotografá-lo em outras ocasiões, cumprindo pauta para revistas, inclusive para a capa de uma edição especial da BIG, publicação norte-americana de arte.
“O Niemeyer é um mito, desses que devem ser registrados para não serem esquecidos”, salienta Garrido, antes de lamentar: “O Brasil tem de pouca memória”.