Mutirão criativo: quem faz o quê na publicidade

Fred Vianna 1

Se você é do tipo “lobo solitário”, certamente vai querer passar ao largo das produções para o mercado de publicidade. Nesse segmento, o controle do trabalho dilui-se entre uma série de diferentes profissionais e o resultado geralmente corresponde a um roteiro previamente definido – mas não pelo fotógrafo. Quem reina nesse setor é o briefing, o que faz com que muito profissional classifique seu trabalho em publicidade como sendo um mero apertar de botões.

Exagero ou não, uma campanha publicitária é o que se pode chamar de trabalho a várias mãos. Dependendo do tamanho e complexidade da encomenda, haverá muita gente no set colaborando para dar à produção o termo que o cliente espera. Isso, obviamente, exige do fotógrafo capacidade de reger a “orquestra” e habilidade para atuar em equipe, que precisa estar afinada de modo que tudo corra bem.

Para saber mais sobre o fluxo de trabalho de um fotógrafo publicitário, pedimos a Fred Vianna, profissional de Belo Horizonte (MG) com formação em publicidade e propaganda e experiência em direção e criação de arte, para explicar melhor como tudo funciona.

Segundo ele conta, tudo começa na agência de publicidade. É lá que o cliente, alguém do marketing de uma empresa ou órgão público, bate para realizar o “job”, que pode ser um anúncio, site, embalagem etc. “Essa demanda do cliente se transforma dentro da agência, através do atendimento, em um briefing”, continua Fred.

O briefing é o roteiro de como deve ser feito o trabalho. Nele constam informações e prazos que podem dizer respeito a uma campanha inteira ou apenas uma peça. Uma vez esboçado, será distribuído pela agência para o pessoal designado para executá-lo.

“O planejamento irá coordenar e planejar as ações juntamente com a equipe de mídia e criação”, diz Fred. Na maioria das vezes, as agências possuem um departamento de produção de rádio e TV – ou RTCV, como é chamado – que fica responsável por gerenciar toda a produção de áudio, vídeo e foto.  Uma vez tendo essa equipe elaborado a campanha ou peça, será necessário encontrar um fotógrafo para realizá-la.

“Algumas agências maiores possuem os ‘art buyers’, responsáveis por selecionar mais precisamente fotógrafos, casting, ilustradores etc. Mas, na maioria das vezes, o produtor da agência é quem faz o contato com o fotógrafo e orça a foto ou a campanha. Quase sempre a escolha do fotógrafo parte dos diretores de arte e diretores de criação, que escolhem de acordo com a linguagem e necessidade do trabalho, passando a escolha ao produtor, ou trabalhando junto com o produtor na escolha do profissional que irá clicar o job”.

Aqui vale a pena abrir um parêntesis para detalhar as funções de cada um desses profissionais citados por Fred Vianna. Assim:

Voltando ao fluxo do trabalho, uma vez contatado pela agência, o fotógrafo recebe o briefing e um layout para orçar. E pode, por sua vez, acionar outros profissionais para entregar o orçamento com vários itens da produção inclusos: produtores executivos, cenário, estilistas, maquiadores, locação, cathering, tratamento de imagem etc.

“Depois de aprovado o orçamento e acertados os detalhes da produção, o fotógrafo trabalha na maioria das vezes com o criativo (diretor de arte, diretor de criação, redator) e/ou com o produtor da agência. É sempre interessante o acompanhamento de um responsável da agência de publicidade junto no set, pois a foto é uma idealização da agência, com um layout a ser seguido, mas com abertura para improvisos e melhorias por parte do fotógrafo, sendo necessária a supervisão para que se ‘aprove’ a foto in loco e agilize o processo de confecção da peça ou da campanha”, explica o mineiro.

Depois do clique e da pós-produção, os criativos aprovam a foto com o cliente e finalizam as peças com a imagem produzida. Para o fotógrafo, é o fim de mais uma encomenda e momento de partir para a próxima – e com um acréscimo na conta bancária, evidentemente. Abaixo, mais algumas funções que costumam figurar nas campanhas publicitárias:

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