Martín Chambi e a dignidade de um povo

Foto: Martín Chambi
Contraluz em Puno, 1929

A América Latina conheceu seu primeiro fotógrafo genuinamente nativo em Martín Chambi, um peruano nascido em Puno em 1891, camponês de sangue indígena, um retratista que soube como nenhum outro revelar o povo andino em toda a sua altivez. Coube a ele ainda a façanha de fazer as primeiras fotografias de Machu Picchu, a mítica capital do império inca. Cronista dos costumes e do cotidiano de sua gente, explorador de sítios arqueológicos do país, Chambi legou ao continente um acervo de reconhecido valor artístico e importância histórica. Os números divergem: alguns estimam que o “tesouro inca” encontrado no estúdio do fotógrafo, estabelecido em Cuzco, cidade onde ele morreu, em 1973, soma cerca de 14 mil negativos de vidro. Outras fontes dobram esse número.

Certo é que há material inédito a ser visto. Exemplos disso são as 25 imagens descobertas por Teo Chambí, neto do fotógrafo – ele também fotógrafo – e responsável pela guarda do acervo de Martín Chambi. Essas fotografias estão na exposição Chambi inédito, em exibição na Galeria Fass, em São Paulo.

A série, realizada entre 1927 a 1943, mostra cenas da vida cotidiana peruana, paisagens e retratos, e reafirma a importância de Martín Chambi entre os grandes fotógrafos do início do século 20. A exposição poderá ser vista, gratuitamente, até 20 de outubro. Endereço: R. Rodésia, 26, Vila Madalena.

Carnaval em Cuzco, 1928
Autorretrato em Machu Picchu, 1932
Sair da versão mobile